foto: EPA
A maior e mais importante organização de direitos humanos de Israel, B’Tselem, Centro de Informação de Israel para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados, chama a ação do governo de Israel contra os palestinos de apartheid, com a promoção sistemática da supremacia dos israelenses não árabes sobre os palestinos.
Duas importantes matérias a respeito foram publicadas com destaque no The Guardian e na Aljazeera.
E o que se verá a seguir está no relatório desse grupo de direitos humanos e nas reportagens acima citadas.
O relatório esclarece que metade das pessoas que vivem entre o rio
Jordão e o Mar Mediterrâneo são palestinas; a outra metade são judias.
Porém, Benjamin Netanyahu, primeiro Ministro de Israel, afirma com
insistência que Israel não é um Estado para todos os seus cidadãos. Dessa forma, e como se verá, como o governo diferencia
cidadãos, trata-se de um apartheid não democrático.
Em nenhum
lugar de Israel ou da Palestina ocupada, cidadãos judeus e palestinos são
iguais. Aqueles são cidadãos de primeira classe. Aqui, diferentemente
do apartheid sul africano, não se verá aberrações visíveis, como placas
proibindo ingresso de palestinos. Não há nada explícito nesse sentido, mas há
um supremacismo anti palestino espalhado por todo o país.
Nega-se o direito
ao pertencimento e aos direitos políticos, já que menos de um quarto dos palestinos
sob o governo de Israel têm cidadania e podem votar.
Grandes áreas de
terra palestinas são expropriadas com frequência na Cisjordânia ocupada e em
Jerusalém Oriental. E os palestinos sofrem com o consequente deslocamento, empobrecimento
e aglomeração em locais periféricos. Aos palestinos é proibida a imigração. A
saída do país depende de autorização e somente pode ser feita pela Jordânia,
sendo vetado o uso do aeroporto Bem Gurion, que era historicamente palestino, conhecido
como Lydda, como se verá em um programa especial da VAMOS TV, no YouTube.
A realidade é que qualquer
movimentação dos palestinos é controlada pelo Exército de Israel.
Há
quatro grandes áreas diferenciadas de controle. A Cisjordânia ocupada importa
na necessidade de autorização e de revista em todos os postos de controle
israelenses para que possam transitar pela própria Cisjordânia.
Em
Jerusalém Oriental, os palestinos são residentes permanentes, mas não cidadãos,
não podendo usufruir da segurança do Estado nem votar.
Na
Faixa de Gaza, os cidadãos são impedidos de entrar em Israel e de ir à
Cisjordânia, através do controle externo israelense.
Em
Israel, ocorre outro tipo de controle, mais velado, pela polícia.
De
todos os palestinos, apenas 20% têm direitos quase iguais aos Israelenses, sendo
tratados como cidadãos de segunda ou terceira classe, através de leis que os discriminam
em questões habitacionais, de educação e de saúde.
O governo de Israel
dita o futuro dos palestinos. A violência estatal contra os palestinos é
sistemática.
Em 2018 foi
aprovada uma lei em Israel que define o direito à autodeterminação nacional
exclusivamente ao povo judeu. Em 2019 o governo anunciou a intenção de anexar
até um terço do que sobrou da Cisjordânia, mas houve a suspensão em decorrência
da exigência para a normalização das relações com os Emirados Árabes Unidos
Reconhecer o
apartheid significa clareza moral, ver a realidade que se apresenta aos
palestinos, conclui o Relatório.
Em resposta, o porta voz do consulado geral de Israel em Nova York disse que o relatório é uma forma de promoção de agenda política.