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Na data de hoje os Estados Unidos viveram momentos difíceis de afronta à sua democracia. Manifestantes chamados por Trump para se manifestarem contra o que denomina de fraude nas eleições, acabaram por invadir o Capitólio, o Congresso estadunidense, e uma mulher morreu. Os Estados Unidos não se esquecerão desse dia!
Hoje era o dia de certificar a vitória de Biden pelo Congresso Nacional e devido a esse triste evento o reinício da sessão se daria às 20hs00, horário local (22hs de Brasília).
E isso traz reflexos para Trump, Biden e Bolsonaro.
Trump tentou sedimentar o seu nome no eleitorado ultraconservador, mas ultrapassou alguns limites muito sensíveis que podem lhe custar caro. A invasão pegou muito mal perante a maioria do eleitorado e o próprio Congresso Nacional. Deputados e Senadores, inclusive do Partido Republicano, estão inconformados com o desrespeito à chamada Casa do Povo e não pode ser descartada a hipótese de ser aberto um processo para a sua expulsão do Partido Republicano.
Ainda que a expulsão não seja consumada, isso custará caro a Trump. Se expulso, isso não o impede de se candidatar à Presidência, ainda que sem partido. O problema será conseguir enfrentar as máquinas poderosas dos dois partidos líderes (Democrata e Republicano).
Marcando espaço político, Trump deixa a extrema direita à vontade para se manifestar e até mesmo praticar atos contra o futuro governo de Joe Biden, e não pode ser descartada a possibilidade desse sofrer um atentado, como o já praticado contra outros presidentes dos Estados Unidos.
Biden, logo ao assumir, deverá reforçar a sua segurança pessoal, mas não só isso. Sabedor das dificuldades que enfrentará com essa extrema direita agressiva e barulhenta, deverá mandar os serviços de inteligência do FBI, bem como os agentes secretos ficarem atentos, a fim de localizar os líderes e antever ações antidemocráticas. E enfrentará a oposição severa e barulhenta dos ultraconservadores a todo instante.
Por outro lado, a atenção dos serviços de inteligência dos vários órgãos e também secretos dos Estados Unidos voltados à extrema direita, conseguirá nominar os líderes e os financiadores desse movimento extremista no mundo afora, como Itália, Alemanha, Israel e Brasil, além de outros, pois, como se sabe, a extrema direita, hoje, não é nacional, mas internacional, com laços estreitos no mundo afora. Além disso, a ação de vigilância poderá acarretar a diminuição do fluxo de capital e de interlocução da extrema direita espalhada pelos continentes.
Essa ação internacional com a extrema direita mundial também ocorre com a extrema direita brasileira, incentivada pelo conservadorismo radical dos Estados Unidos. Com a extrema direita sob o radar do governo dos Estados Unidos, Bolsonaro tenderá a se afastar de Olavo de Carvalho e outros líderes conservadores, com medo se ser ligado a alguma atividade ilegal (como o financiamento estrangeiro, por exemplo, o que poderia servir até de amparo para anular as eleições no Brasil e afastá-lo do cargo).
O reflexo da invasão do Capitólio não atingiu apenas a democracia dos Estados Unidos. Pela via transversa pode fortalecer a democracia brasileira e dar nome aos bois, digo, aos integrantes e financiadores dessa extrema direita brasileira, o que facilitará a ação das autoridades, inclusive brasileiras. O tempo dirá.