quarta-feira, 23 de agosto de 2017

O POVO BRASILEIRO SE ENTREGOU

A história recentíssima do Brasil revela que vivemos não propriamente um golpe, como diz uma parte da esquerda, mas uma guerra, sem vítimas de sangue, mas guerra. E guerra com agentes internacionais e nacionais por detrás.
Explico.
Golpe implica a existência de duas posições ideológicas internas antagônicas, correto? Guerra já significa o aniquilamento do sentido de Nação em benefício de um agente internacional, correto?
As guerras modernas não implicam necessariamente o confronto de duas Nações, mas o aniquilamento de uma delas pela desestruturação e divisão interna. Foi o que aconteceu com muitos dos países da primavera árabe. A Líbia ainda não conseguiu se reestruturar, e quem ganha com isso? As multinacionais que exploram o seu petróleo. O Iraque e o Afeganistão do pós guerra sofrem esse efeito da guerra interna. E quem ganha com isso são as multinacionais que exploram petróleo e gás.
Enquanto se discute posicionamento ideológico, o país e a economia são aniquiladas.
Obviamente esses países vivem uma guerra civil, diferentemente do Brasil, mas o início dos levantes que lá causaram guerras civis e aqui causou uma ruptura no desenvolvimento econômico nacionalista são exatamente os mesmos.
As ações de inteligência dos governos estrangeiros não deixam vestígios claros, mas há sinais de financiamento de alguns movimentos aqui no Brasil por parte de ONGs financiadas pelo governo estadunidense, além de investidores de Paulo Lehman.
Essas guerras iniciam-se com uma voz de comando que propaga de forma repetitiva comandos contra os governantes locais. Promove um certo racha entre direita e esquerda, incentivando a radicalização de um lado e de outro. O jornalismo nacional, cada vez mais em crise e que prefere repetir as notícias recebidas, sem filtrá-las ou apurá-las, também por razões econômicas, e o facebook e outras mídias têm papel relevante nisso. Inicia-se assim. Algo simples. O inconformismo geral adere ao discurso de ódio propagado e vivencia-se a histeria coletiva. Coloca-se falsamente uma direita contra uma esquerda. E divide-se o país. Criado o inimigo, basta promover reações, que vão em ordem crescente até a destituição desse personagem ingrato. Foi o que aconteceu no Egito, Líbia, Tunísia e Brasil.
O Egito, a Tunísia e o Brasil se pacificaram após a destituição dos líderes, a economia ruiu. Outros países vivenciam uma guerra fratricida, como o Iraque e a Líbia, mesmo após a queda dos líderes considerados controversos, com a ajuda de exércitos estrangeiros, no caso.
O que leva a um país ser vítima desse tipo de guerra moderna e não menos letal, seja à econômica, ao sentido de Nação ou a vidas humanas envolvidas? Provavelmente interesses econômicos e geopolíticos, além de outros que não me é possível mensurar.
Muitos diziam que a Síria foi vítima de ações orquestradas por grandes potências em razão dos interesses econômicos no reflexo que o gasoduto que vinha do Catar causaria a algumas empresas de determinados países.
A Síria, assim como o Brasil, viveu momentos de aparente divisão política. Alguns clamavam por maior liberalidade, inclusive econômica, algo assemelhado ao que ocorreu aqui nos anos de 2013, 2014 e 2015, coincidentemente, mesmos anos em que ainda ocorriam algumas "primaveras árabes", que de primaveras suaves não tinham nada.
A Síria começou reagindo às manifestações que eram pacíficas, que posteriormente, como num passe de mágica, passaram a ser armadas, algo assemelhado ao que está a ocorrer na Venezuela de Maduro.
No Brasil, as manifestações foram pacíficas, com um ou outro ato que a mídia chamou de vandalismo ou de agressão verbal a minorias. A presidente foi destituída, a corrupção, motivo inicial do levante, se agravou, mas a população agora, passada a histeria, se aquietou, o mesmo que aconteceu no Egito, também corrupto.
Essa ideia de guerra moderna do império não surgiu de minha cabeça, obviamente, mas é uma tese defendida por alguns intelectuais europeus de esquerda.
Não que eles falem que ocorreu guerra no Brasil. Esse entendimento particular é meu. É uma guerra sem sangue, moderna, inteligente, que utiliza peças chaves para se atingir o objetivo, e foi isso o que aconteceu no Brasil.
Passo a explicar.
O Brasil vinha ocupando posto de destaque no cenário internacional. Era chamado de o gigante do sul, como o país mais importante do hemisfério sul do planeta. Suas ações no cenário internacional colocavam o Brasil como protagonista. Com ações articuladas, conseguiu não apenas prestígio político, mas econômico, expandindo suas relações comerciais a lugares antes não explorados. Passamos a vender muito para quase toda a África, Ásia e nos fortalecemos na América Latina, enquanto mantínhamos os mercados estadunidense e europeu, ampliando nossas relações comerciais e tecnológicas com a China. Passamos a ocupar mercados que alguns países não exploravam, mas isso criou uma certa preocupação com o crescimento do Brasil nos cenários econômico e internacional. Em dado momento, ao invés de 8ª economia mundial, alcançamos a 6ª posição. Isso levantou preocupação em alguns países, que resolveram nos espionar e que foi revelado pelo Wikileaks
Além do que, questões pontuais como o submarino nuclear, expansão da Embraer e da Petrobras não interessavam ao governo estadunidense.
Não foi por outro motivo que o serviço de inteligência estadunidense acompanhava todas as conversações travadas tanto pela Presidente Dilma Roussef como pela Petrobrás, o que, ao ser divulgado, levou ao enfraquecimento das relações entre o Brasil de Dilma e os Estados Unidos de Obama.
Esse foi o momento inicial da guerra de inteligência. A partir daí foi só começar a divulgar algumas informações de interesse local para que as manifestações contra a presidente e o partido que representava tomassem um vulto significativo.
As manifestações foram crescentes, a histeria coletiva tomava conta do país.
O resultado foi a destituição da Presidente pelo parlamento, o enfraquecimento da Petrobrás, a venda de empresas pontuais brasileiras, a privatização de exploração econômica vital ao país, a quebra de grandes empresas multinacionais de origem brasileira, o esfacelamento do desenvolvimento tecnológico, o apagão do Brasil no cenário internacional, a colocação de nossas forças armadas em posição vexatória, sem o submarino nuclear, sem um porta aviões ou sequer um porta helicópteros, navios obsoletos, possível questionamento da compra de aeronaves vitais à defesa aérea do Brasil, enfraquecimento da Imbel. Além disso, há ações recentes, adotadas pelo atual governo, que geram suspeitas, como a parceria com os Estados Unidos em treinos na floresta amazônica, compartilhando táticas de guerra que os brasileiros dominam com maestria. Os militares nacionalistas, que não são poucos, sempre disseram ser necessário proteger a nossa Amazônia contra os interesses estrangeiros, leia-se Estados Unidos.
Além disso, o governo passa a investir menos em educação e saúde e trava ações contra os direitos indígenas e de outras minorias. Diminui direitos trabalhistas e ao mesmo tempo pretende alterar regras da previdência social.
Disso é possível fazer a seguinte leitura. Ao mesmo tempo em que se enfraquece as ações de ponta do Brasil, enfraquece-o econômica e geopoliticamente, desindustrializa-se o país, diminui-se o poder de compra do trabalhador. O Brasil, economicamente, demorará muito a se recuperar. O Brasil influente no exterior, então, demorará décadas para poder recuperar a sua imagem.
A China das Américas e do hemisfério sul torna-se apática e recrudesce em todos os campos.
As multinacionais brasileiras praticamente desapareceram, privilegiando-se aqueles que investem em mercados financeiros e o próprio sistema financeiro.
O Brasil passa a estar nas mãos dos grandes financistas brasileiros e estrangeiros.
Para uma economia tão importante como o Brasil, isso é o fim. Fim de muitos empregos, fim de muitas grandes e médias empresas totalmente brasileiras, fim de desenvolvimento tecnológico de ponta e um apagão na esperança de se ver um Brasil com uma população com uma educação mais forte e influente.
Embora se diga que há uma divisão na população entre direita e esquerda, e que muita gente acredita veementemente, até por algumas ações retrógadas do atual governo em questões sociais, a questão é mais séria. O que se está em jogo e que muitos não alcançam é o desenvolvimento nacional.
Estamos vivenciando o desmonte não do Estado (que a direita defende), mas o da Nação (que nenhum nacional poderia aceitar). Isso se dá em todas as frentes, econômica (quebra de empresas de porte e de empresas públicas vitais), política (com a desmoralização do congresso nacional) e social.
A divisão ideológica tão difundida pela mídia e por alguns setores da nossa sociedade facilitam a derrota dos brasileiros nessa guerra.
Sem o derramamento de sangue entregamos os nossos bens, a nossa economia, as nossas empresas e até as nossas forças armadas aos interesses internacionais.
O brasileiro, vendo tanta corrupção, tantos desmandos, tantas violações a direitos e a falta de visão de Nação, se aquieta, se entrega e se rende sem ser necessário levantar as mãos.
Os estrangeiros, sem efetuar um único disparo, ganharam a guerra.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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