A Síria foi o território onde o cristianismo se espalhou para o mundo, com o judeu religioso Saulo convertido no cristão Paulo de Tarso.
O caminho de Damasco, desde então, reserva surpresas à humanidade. Abrigou o império Cristão Bizantino e depois foi a sede do império islâmico durante parte significativa da idade média.
Depois, se rendeu aos otomanos, se transformou em colônia europeia e só se tornou independente após a segunda guerra mundial, poucos meses antes da criação do Estado de Israel.
Viveu décadas sob o domínio da família alauita nacionalista Assad e em 2024 foi dominada por extremistas membros da antiga Al Qaeda, que cortava as cabeças de quem não era islâmico sunita.
Hoje o ocidente perdoou os crimes da organização, recomendou o uso de roupas ocidentais pelos seus lideres e, assim, a Síria teria voltado à normalidade. Não. A Síria não voltou à normalidade.
O grupo, apoiado diretamente pela Turquia e Catar, se opõe aos curdos, que antes eram apoiados pelos Estados Unidos, e que dominam parte do norte e do Leste da Síria.
Israel ampliou o seu domínio ilegal sobre as colinas sírias de Golã, contando com a concordância silente dos Estados Unidos.
Os cristãos sírios, herdeiros diretos do caminho de Damasco de Paulo de Tarso, estão apreensivos.
A Síria é um caldeirão de religiões antigas desconhecidas e de etnias diversas. Nem Turquia, nem Estados Unidos nem a Rússia são capazes de compreender a dimensão e complexidades sírias.