AFP
A crise mundial deverá aumentar o número de pobres na Europa e na Ásia Central em mais de dez milhões de pessoas entre este ano e o próximo, de acordo com um estudo apresentado hoje em Sófia, na Bulgária, pelo Banco Mundial (BM).
Por outro lado, outros 23 milhões arriscam-se a ficar com um nível de vida pouco superior à pobreza, segundo a mesma instituição.
No total, Europa e Ásia Central deverão ter 153,6 milhões de pobres ou pessoas que estão a poucos passos de cair na pobreza, contra os 119,3 milhões que estavam previstos antes do início da crise em 2008, afirmou Luca Barbone, director do sector de redução da pobreza do BM.
Outro dado preocupante é o facto de que 20 por cento da fatia da população que tinha conseguido sair da pobreza entre 1998 e 2006 deverão regressar a essa situação, principalmente os trabalhadores que lucraram com a forte subida dos créditos e com o boom da construção durante esse período, indica o relatório.
Devido ao seu carácter mundial, diz também a instituição, esta crise dificulta o recurso aos mecanismos que são tradicionalmente utilizados para tentar sair da pobreza, como a emigração, o recurso a um segundo emprego ou a um crédito para manter o mesmo nível de vida.
Por outro lado, o BM alerta que as remessas de divisas efectuadas por emigrantes deverão ser fortemente afectadas, tratando-se de receitas que representam 20 a 50 por cento do produto interno bruto (PIB) de países como a Moldávia, o Tajiquistão ou o Quirguistão.