São Paulo é progressista, pra frente e tem uma relação de amor e ódio com a água. Por que estou dizendo o óbvio? Porque S. Paulo, embora muitos não tenham prestado atenção, é aquariana, nascida aos 25 de janeiro.
E qual é o aquariano que não gosta de piscina, mar, rio... água? Bem, do jeito que a coisa anda, arrisco dizer que são os aquarianos nascidos em S. Paulo.
Ninguém merece tanta água, tanto trânsito, tanto caos, tanto tormento, tanto desespero, tantas perdas e tantos tumultos.
Sim, S. Paulo é cercada de água, de rios e é justamente isso que lhe deu uma energia diferenciada e permitiu alcançar um grande progresso. Mas também é essa mesma água que faz a cidade parar, estressar-se e viver o caos. É a água em demasia, que inunda e afoga a própria vida que anteriormente ajudou a gerar.
São Paulo, como qualquer aquariano, vive essa relação de amor e ódio com a água, de dependência, de desejo e de repúdio.
A água que trouxe a vida e a prosperidade é a mesma que afunda e afoga o coração da metrópole, deixando suas marcas nas pequenas e inúmeras lágrimas que escorrem, não para ajudar a transbordar o impossível, mas para fazer surgir pequenas ondas de esperança de que é possível cuidar da cidade aquariana e também dos rios que a protegem e afogam.
Essas pequenas gotículas de desespero poderão ajudar a transformar essa cruel realidade, desde que consigam sensibilizar com o seu brilho aqueles que, embora não tivessem sensibilizado com a tragédia vivenciada por tantos outros, se disponham ao menos a olhá-la e percebê-la.