Eu já havia comentado que a ação dos Estados Unidos contra o Irã se daria não em um confronto direto, mas através de ações de inteligência, com ou sem violência. E parece que o que era lógico realmente está se concretizando. E não se trata apenas das sanções aplicadas pelo desenvolvimento do programa nuclear iraniano. As ações se dissipam.
Primeiramente foi a ação pesada e crítica da mídia internacional, incentivada por agências noticiosas, em relação às eleições iranianas. Incitava-se a população contra o presidente eleito. Concomitantemente vieram as ações terroristas contra as forças armadas iranianas ao sul e leste do país. Ontem, houve um atentado na síria contra iranianos xiitas que peregrinavam em Damasco. Os Estados Unidos parecem tentar, desde a era Bush, financiar algum governo vizinho ao Irã a entrar em guerra por razões de fronteira (há o Iraque, os Emirados Árabes Unidos, o Afeganistão...). Uma guerra só foi evitada porque o Irã mantém boas relações políticas com a maioria dos seus vizinhos. O Iraque, inclusive, parece ter se tornado forte aliado do Irã, em razão da maioria xiita do país.
Essas ações não visam derrotar diretamente o Irã, obviamente, mas enfraquecer o governo e criar facções nas forças armadas daquele país.
Alguém duvida da intenção de enfraquecer militarmente o Irã? Parece estar claro que os Estados Unidos, a União Européia e Israel não querem um Irã fortemente armado, seja com armas nucleares ou não.
A visita do presidente iraniano pelo mundo afora visa justamente obter apoio político, tão importante nestes momentos. O Irã não é o Iraque de Saddam que se isolava do planeta. O Irã é um país industrializado e economicamente forte, com um PIB superior ao brasileiro e que possui laços políticos e estratégicos com diversas nações. É um dos tigres da nova era econômica, sem sombra de dúvidas.