quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

1948, 1949, 1967, 2023, 2024 SÃO ANOS QUE MARCARAM OS POVOS PALESTINO E ISRAELENSE. HOJE, A CRIAÇÃO DE UM ÚNICO ESTADO PARA JUDEUS E PARA PALESTINOS SERIA A SAÍDA VIÁVEL, MAS QUE NÃO CONTARÁ COM O APOIO DOS RADICAIS DOS DOIS LADOS.

O extremismo do governo israelense, as sucessivas desconsiderações do governo de Netanyahu aos pleitos da ONU e de suas organizações humanitárias, as prisões arbitrárias de palestinos e de israelenses de origem árabe, a negativa sucessiva de aceitar a criação do Estado da Palestina e a matança de quase 2% da população palestina de Gaza (considerando-se os declarados mortos e os desaparecidos que estão embaixo de escombros) podem acarretar algo inesperado pelo Sionismo adotado pelos sucessivos governos israelenses, alguns mais à direita e outros mais à extrema direita que outros, não o fim de Israel propriamente dito, mas uma solução que dificilmente os radicais aceitariam.

A criação do Estado da Palestina, do jeito em que os territórios palestinos foram reduzidos, tornam inviável a manutenção e sobrevivência a médio e longo prazo de um Estado em dois territórios afastados, segundo especialistas. A solução seria retornar aos territórios declarados pela ONU em 1948.

Contudo, como Israel ocupou e colocou sua população para morar em áreas declaradas palestinas, ao norte e ao sul de Israel (que não são as conhecidas Gaza e Cisjordânia), sem contar com a região ocupada por colonos judeus radicais nos territórios da Cisjordânia, o que fragmentou em demasia tal território, a expulsão dos civis e militares israelenses, embora seja de rigor, por afrontar a legislação internacional, seria de difícil e custosa implementação.

O radicalismo sionista, sedento pela expansão territorial de Israel, inclusive para o Líbano (onde já ocupa ilegalmente uma pequena área - Fazendas de Shebaa), para a Síria (onde já ocupa ilegalmente as Colinas de Golã) e também para parte do Egito, não imaginou que talvez a solução viável que a comunidade internacional possa exigir, inclusive para acabar com o apartheid hoje existente, seja a criação de um só Estado para palestinos e israelenses, com governança ao estilo do que exitosamente fez o Líbano, com o Presidente cristão, o Primeiro Ministro sunita e o presidente do parlamento xiita, respeitando-se sempre, no caso de Israel, para evitar a segregação de um ou outro povo, a divisão de 50% do parlamento para israelenses e 50% para palestinos.

Por segurança, Jerusalém poderia ser a capital desse único país para os dois povos, que ainda poderia abrigar a sede da ONU e de suas agências humanitárias, juntamente com uma força de paz de emergência, que atuaria nos primeiros anos de criação do Estado unificado.

É óbvio que um Estado unificado não teria êxito do dia para a noite, sendo necessária a intervenção de força de paz da ONU e de um massiva ação educacional e cultural pela paz, pelo conhecimento do "outro povo" e pela união e integração.

A Constituição teria que ser muito bem elaborada para evitar qualquer privilégio e discriminação, respeitando-se as opções religiosas de cada cidadão e garantindo-se a permanência e manutenção dos locais sagrados para judeus, para islâmicos e para cristãos.

As forças armadas devem incorporar igualmente israelenses e palestinos e será a tarefa mais difícil da unificação dos dois Estados em um só, devendo inicialmente ficar sob o comando da ONU.

A solução não é fácil. Poderia ter sido mais fácil em 1948, com a criação de um único estado para os dois povos, após uma massiva campanha educacional e cultural, para pacificação e integração, respeitando-se a origem árabe e judaica da população então existente. Mas a ONU optou por declarar a partilha da então Palestina sem implementar os Estados judeu e árabe ou preparar os povos para a mudança territorial que seria necessária. Os sionistas, articulados desde o final do século XIX, se anteciparam e declararam fundado Israel, enquanto os Palestinos mal saiam do subjugo do mandato britânico.

Os radicais dos dois lados, bem como algumas das principais nações que exportam armamentos, tendem a se opor à criação de um único Estado, mas parece ser a única saída viável para a preservação dos direitos dos judeus, dos palestinos e da paz definitiva naquela área. Se a paz for exitosa no que hoje é Israel, Gaza e Cisjordânia, haverá grande probabilidade dos seus efeitos se irradiarem para todo o Oriente Médio, abrandando o radicalismo e as guerras civis existentes no Iraque, Síria e Iêmen e também em toda a África árabe e subsaariana. Será a prova de que há soluções viáveis para se alcançar a paz, elevando o papel dos organismos internacionais, em especial da ONU.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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