quarta-feira, 22 de novembro de 2017

AINDA O CAMINHO DE DAMASCO NA ATUALIDADE

foto: agência Sputinik
O governo russo diz que 98% do território sírio está sob o controle do governo local. Não é bem assim. Há muitas regiões controladas por grupos ligados à Al Qaeda, principalmente próximo à Jordânia e a Israel. Há grupos com o Isis, próximo ao Iraque, além de regiões dominadas por turcomanos, curdos e outros rebeldes que contam com o apoio expresso do governo estadunidense, através de suas forças aéreas.

As maiores cidades, sim, estão sob o controle do governo sírio.

Essa união da Síria pode ser a maior derrota do governo dos Estados Unidos na região, já que havia a previsão de interesse daquela potência em tripartição da Síria entre sunitas, curdos e os "sírios".

Afinal, quem são os sírios? Os sírios são os sunitas, os xiitas, os sufistas, os assírios, os cristãos, os ateus, os comunistas, os socialistas, os nacionalistas, os direitistas, os judeus e tantos outros que compõem o vasto leque étnico do povo sírio, sempre impregnado do seu multiculturalismo histórico, sempre dominado por grandes civilizações e impérios.

A Síria somente será a Síria se mantiver a harmonia da integração das etnias, como vinha fazendo, com grande êxito, até 2011. Sempre houve interesse das grandes potências na repartição dos países. Assim se deu com a Alemanha (até a queda do muro), com a Coreia (ainda hoje), com a Iugoslávia e, sem êxito até o presente momento, na Síria e no Brasil. Sim, o Brasil já sofreu séria ameaça de divisão de seu enorme território, e não falo na época do Império. Foi em 1964, quando agentes estadunidenses espalhavam-se pelo nordeste brasileiro com o intuito de fomentar a criação de pequenos países e enfraquecer o governo central, caso houvesse resistência militar ao golpe. O Brasil era uma potência em expansão, a China do Sul, como chamavam, e que não era vista com bons olhos por militares estadunidenses. João Goulart e o seu comando militar foram exitosos e evitaram o retalho do país.

Voltemos à Sìria.

Hoje o país tem uma população de 18 milhões de habitantes. A guerra ocasionou a fuga de mais de 5 milhões de refugiados sírios e quase 8 milhões de deslocados internos (que se deslocaram fugindo da guerra, mas sem sair do país), 500 mil mortos, 120 mil desaparecidos, cerca de 30 mil prédios arrasados, a redução do PIB em mais de 70%, a redução das importações em 90%, 3 milhões de crianças sem escolas.

O Brasil acolheu um número insignificante de refugiados sírios, enquanto o pequeno Líbano, de 4 milhões de habitantes, recebeu 2 milhões (metade de sua população) de refugiados daquele país. A Turquia recebeu outros 3 milhões. É um número impressionante e que está prejudicando a economia do Líbano, já ameaçado internamente por interesses políticos e econômicos da Arábia Saudita e do Irã.

*com dados parcialmente fornecidos pela Russia Today

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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