O HUMANO EGOÍSTA
Há um planeta no sistema Solar que é conhecido por sua cor predominantemente azul, devido ao grande volume de água que acumula.
Nesse mesmo planeta azul, cada vez mais pessoas morrem de sede e também de fome, por não terem água para irrigação.
O HUMANO QUE NÃO SABE USAR A RIQUEZA QUE TEM
E nesse mundo ainda azul há uma região, chamada país, que armazena o maior volume de água potável do planeta. Possui rios enormes, verdadeiros mares, na sua região norte, além de, no susbsolo, abrigar os dois maiores aquíferos do planeta.
Esse país, ao mesmo tempo em que contamina os seus aquíferos com os venenos dos agrotóxicos conduzidos pelas chuvas, utiliza muita, e bota muita nisso, água para carregar o seu esgoto. E mais ao sul, na região sudeste, na sua cidade mais desenvolvida e rica, há rios imensos que servem unicamente como esgoto ao céu aberto, enquanto as suas represas repletas de água potável secam.
O HUMANO TRANSFORMA MINERAIS EM PÓ
O planeta Terra, como qualquer corpo no nosso sistema solar, é rico em minério, o que ajuda a regular a temperatura de suas camadas. O minério é extraído do subsolo e trazido ao solo, onde, depois de breve tempo de uso em algum bem, vira pó e ajuda a esquertar o já acalorado planeta Terra.
O HUMANO USA TECNOLOGIA PARA MATAR
Ao mesmo tempo em que a Terra esquenta e aumenta a frequência de fenômenos naturais, a tecnologia desenvolvida pelos humanos não é utilizada prioritariametne para conhecer o sistema em que vive, a fim de propiciar a vida humana em outros espaços, mas para equipar armas utilizadas por grupos que mandam no planeta.
O HUMANO QUE ESCRAVIZA, ENJAULA
A história do homem sempre foi de escravização. Escravizou a mulher, que não tinha voz para nada, a não ser repetir o mantra do sim. Escravizou humanos de ambos os sexos e os utilizava para trabalhos domésticos, agrícolas, edificações e até satisfação sexual. Hoje, continua a escravizar, trocando a comida que os sustentava e o apertado cárcere em que dormiam por um concorrido punhado de dinheiro que mal dá para pagar pela sobrevivência. Os governos autocráticos, ditatoriais e mesmo os falsamente democráticos, que ainda predominam o cenário do planeta azul, privilegiam pequenas classes em prejuízo da grande massa, escravizada para mover as peças que interessam aos grupos dominantes.
O mesmo que fez a si, faz aos animais, prendendo-os, matando-os, utilizando-os como objeto de mero deleite pessoal.
O HUMANO QUE DESCOBRIA AS ARTES, HOJE AS REPREENDE
O humano se sentia inteligente quando expandia a sua sensibilidade e criatividade artísticas. As artes, a filosofia e a própria ciência tiveram uma evolução ímpar com a liberdade de pensar, de sentir e de refletir. Hoje, o ser humano reprime qualquer atividade reflexiva. O que vige são as frases curtas recheadas de ódio e de efeito, sem qualquer aprofundamento ou criticidade. É o ser humano cerceando a sua capacidade de compreender, repreendendo a sua própria humanidade.
O HUMANO QUE ACOLHIA, HOJE AFASTA
O humano sempre acolheu crianças órfãs, refugiados e qualquer pessoa que pedisse ajuda. Foi assim historicamente em milhões de lares e até de países, inclusive no difícil período das cavernas. Hoje, há um movimento de repulsa, como se a pessoa em situação de rua, o refugiado, o órfão e o estrangeiro fossem inimigos vitais que não vêm para dinamizar a economia e dar um toque, um odor e uma cor diferentes, como se não fosse possível compartilhar um prato de sopa ou de uma conversa. O ser humano atual deseja viver numa selva, lutando contra tudo e todos, em prol da conquista ilimitada de tudo o que há em sua frente. O ser humano está sedento por possuir, deter, ter. Precisa de um novo celular a cada ano, de um carro caro, de uma casa luxuosa, de roupas de grife, e cada vez menos se entende e se conhece. O ser humano investe no ter e esquece-se do auto conhecimento. Para facilitar a sua luta pelo ter, retira de outros seres humanos a característica de igualdade.
O HUMANO VALORIZA A RELIGIÃO QUE PROMOVE A RIQUEZA MATERIAL
Como tudo o que faz está repleto de contradições, o homem que criou a religião, hoje valoriza aquela que traz não a riqueza espiritual, mas a material. São as Igrejas que prometem a riqueza se o ser humano tiver uma forma determinada de pensar e agir, massificando e manipulando. O ser humano se auto manipula.
O HUMANO SE SENTE DEUS
O humano se sente no direito de ditar regras para outras pessoas, de determinar o que é certo ou errado e impõe aos outros comportamentos morais.
Esse ser que se sente Deus, quando já não precisa mais de carne para sobreviver, pois domina técnicas agrícolas, faz questão de saborear o sangue em orgias gastronômicas, com todos os tipos de animais que lhe servem. Dita regras, impõe comportamentos, aprisiona físico e alma. Destroi tudo ao redor.
Ele domina a natureza e se sente Deus, ao mesmo tempo em que conhece cada vez menos de si mesmo.
O HUMANO E O FIM DO CAMINHO
O ser humano atual não terá um futuro promissor. Ao mesmo tempo em que caminha sem se conhecer, não valoriza a arte e o saber, características que o diferenciaram inicialmente de outras espécies animais, e ainda, sadicamente, depreda a natureza e a sua própria espécie. Não terá companhia ou lar e tudo o que sempre sonhou conquistar se tornará mera miragem, num deserto sem vida aparente. A alma individual própria, que o identificava e que julgava existir, não passa de mera energia que retornará ao Universo, que recriará um novo ser capaz de sentir, perceber e propiciar a vida, com a energia inteligente e propulsora da vida, alma, que os nossos primeiros antepassados tinham e faziam questão de marcar qualquer descoberta com a sua sutil e mágica marca.
A ALMA ROBOTIZADA
O homem optou por priorizar o ego, marca de sua existência terrena, ao mesmo tempo em que relegava a alma a um sentido cada vez menos religioso ou poético. Ela certamente sobrevive em muitos seres, mas não sobreviverá à raça humana. A energia que temos será mera energia, sem essa fonte de vida e intensidade de inteligência. A maior parte dos seres já se transformou em meros robôs, insensíveis e prestes a executar as ordens sem perceber a proximidade com os outros de mesma espécie e o mundo que os cerca.