Há muitas soluções possíveis para
a estancar a ruína crescente da paz, da história, dos valores, da cultura, da
riqueza e do humanismo em todo o Oriente Médio, Ásia e África.
A mente criativa permite
acreditar na paz possível.
A mais lógica, porém utópica,
seria a proibição de fabrico, uso e comercialização de quaisquer tipos de armas
nas citadas regiões. Sem exércitos e sem armas, sejam atômicas ou simples arco
e flecha, não haveria combate nem o uso da força, mas possivelmente o debate,
tão benéfico ao entendimento e ao fortalecimento das saudáveis democracias.
Israelenses e palestinos poderiam começar a dialogar. O mesmo ocorreria com a
Arábia Saudita e Irã. E a paz dominaria a região. Não se pode esquecer que a
instabilidade política apenas favorece poucas potências regionais como Israel,
Arábia Saudita, Turquia e Irã.
Outra solução seria o islamismo e
as demais religiões envolvidas, incluindo-se o judaísmo, posicionarem-se
veementemente contra os grupos terroristas e Estados nacionais que chacinam
crianças e inocentes.
No entanto, creio que a solução
mais palpável no momento e eficaz para o fortalecimento da paz em toda a região
do norte da África, Oriente Médio e parte da Ásia seria a efetiva criação do
Estado da Palestina com as fronteiras anteriores a 1967, fato que criaria um
Estado Árabe democrático na região e propiciaria não meras primaveras, mas
modificações substanciais nos regimes que governam diversos países na região,
sejam árabes ou islâmicos. A Palestina como Estado livre funcionaria, de certo,
como um Farol a guiar todo o povo árabe, enfraquecendo regimes déspotas que
utilizam a situação da Palestina de forma demagógica em benefício de uma
pequena elite.
Mas mais do que isso, uma
Palestina livre, independente e sem a ocupação israelense, propiciaria a
sensação ao povo árabe e islâmico de que o Ocidente posiciona-se pela Justiça,
acalmando os ânimos de muitos pretensos radicais que utilizam o posicionamento -
no mínimo equivocado de diversos países - como pretexto para a loucura que eles
próprios praticam contra o povo árabe e islâmico e outros civis inocentes na
Europa e no mundo afora.
Muitos oportunistas utilizam o
sofrimento do povo palestino como pretexto para o terror, mas nada fazem, de
efetivo, em prol dessa população que sofre uma cruel ocupação israelense há 50
anos, desde 1967.
A solução mais palpável para a
região, hoje, não é a invasão dos países. Já vimos isso ocorrer há pouco na
Líbia, no Afeganistão e no Iraque, o que acarretou tão somente o fortalecimento
de grupos extremistas e terroristas, e a difusão radical do islamismo. Ao invés
de criar a paz, a invasão gera a sensação de ocupação, o que faz fortalecer uma
espécie de união contrária não pelo nacionalismo, mas pela visão de uma religião
mais radical que exclui minorias étnicas, religiosas e fomenta um machismo
arcaico.
O uso da força apenas acarreta o
fortalecimento da crueldade em todos os lados. Será que ninguém percebeu isso?
A solução mais viável está concentrada
na criação efetiva de um Estado Palestino livre de qualquer ocupação, com
fronteiras pré ocupação de 1967. Mas não só. Há que haver fortes sanções a
qualquer financiamento a grupos extremistas como o Estado Islâmico e a
proibição de venda de armas a pessoas e grupos, com planos concretos de
diminuição de efetivo militar e de armamentos atômicos, químicos e
convencionais em toda a região.
Não é preciso sonhar para buscar
a paz. É preciso de vontade política, apenas isso. Mas será que países como os
Estados Unidos, França, Rússia, China e Inglaterra, que compõem o Conselho de
Segurança da ONU, e tantos outros que também ganham com o fabrico e o fornecimento
de armas, querem realmente a paz na região ou pretendem continuar a lucrar, sem
qualquer tipo de crise, com a exportação de armamentos?
O Brasil, a Índia, a África do
Sul e alguns países europeus como a Espanha e Suécia poderiam ocupar papel de
destaque na pacificação, mas para isso é preciso coragem e determinação a
enfrentar os grandes grupos armamentistas que se ramificam em outros poderosos setores
da economia global.
Mas há caminhos, muitos caminhos,
para a paz.