Hoje em dia há uma migração massiva do oriente para o ocidente e do sul para o norte. A razão disso é fundamentalmente a instabilidade social decorrente das guerras, de vários governos instáveis ou déspotas e também da crise econômica quase eterna das ex-colônias africanas, asiáticas e do Oriente Médio.
A Europa é a principal rota de destino dos refugiados e dos imigrantes econômicos. Várias são as buscas, seja de liberdade política e religiosa, seja de estabilidade social, política e econômica, seja ainda de segurança à própria vida, no caso dos refugiados.
Até quando durará isso? A Europa como um todo está impondo barreiras à entrada e permanência dos solicitantes de refúgio e, principalmente, aos imigrantes econômicos. Além disso, os partidos xenófobos estão numa ascensão popular crescente.
Uma maneira simples de evitar essa leva sem fim seria as grandes potências porem fim ao financiamento de grupos armados e ao próprio fornecimento de armas a grupos terroristas, inclusive.
Uma estabilidade política e social nos países de origem dos imigrantes e refugiados é fundamental para que haja o mínimo progresso econômico e, mais que isso, a possibilidade das pessoas permanecerem em segurança no próprio país onde nasceram. Com isso diminuiria radicalmente o número de pessoas que são levadas a abandonar sua cultura, seus amigos e parentes em busca de uma certa segurança em um país desconhecido.
Talvez não muito em breve o destino passe a ser o sul. Africanos, Asiáticos e do Médio Oriente vindo à América Latina ou Austrália. E isso porque esses países não possuem partidos de extrema direita tão organizados e fortes como os que existem no hemisfério norte, embora não possuam o mesmo progresso econômico e social dos europeus.
Mas como esses países do hemisfério sul são formados por imigrantes, principalmente o Brasil e a Austrália, haverá uma crescente leva de imigrantes, refugiados ou não, a esses países.
Muitos que saem dos países de origem possuem uma condição econômica mínima e um elevado grau educacional. Muitos são engenheiros ou médicos e podem colaborar em muito ao progresso tecnológico e social dos países receptores. Outro tanto está disposto a trabalhar pesado para sobreviver e poder dar uma condição de dignidade à sua família.
Resta ao Brasil preparar-se para essa realidade que não tardará a se concretizar. Que os nossos cidadãos estejam conscientes de que somos um país de imigrantes, multicultural e que temos muito ainda a crescer. Os imigrantes, portanto, não freariam nosso desenvolvimento econômico ou social. Ao contrário, dariam o impulso necessário a que o Brasil saia desse quase eterno e depressivo marasmo.