A
cada dia que passa me convenço de que estamos mais próximos de uma
transformação significativa da humanidade, e não será algo pequeno ou simbólico.
O
ser humano ainda vem praticando o descaso com a desgraça alheia. Refugiados são
abandonados à própria sorte na Síria ou nas águas profundas do mediterrâneo ou
assassinados por grupos extremistas na própria Síria ou em solo europeu.
Os
sírios servem de exemplos, mas há muito mais povos da Ásia, África, América
Latina e do próprio Oriente Médio que são discriminados em todos os seus
direitos, a começar pela própria vida. Religião, etnia, sexo e cor de pele são
motivos para discriminação e muitas vezes de não ter o direito a viver ou
sobreviver. Estamos em plena continuação de um nazismo eugênico disfarçado. A era
da escuridão ainda permeia o caminho da humanidade.
Bem
recentemente um brasileiro teria morrido após ser parado pela polícia
aeroportuária em Dublin. Discriminação? Assassinato? Ou as duas coisas?
Países
financiam guerras e empresas lucram bilhões de dólares com a morte de povos. A grande
lucratividade ainda é uma mola propulsora das guerras regionais. Indústrias
automobilísticas, alimentícias e de armas, além do mercado financeiro
internacional, lucram muito nesse período perverso para a humanidade.
Muitos
líderes religiosos e políticos inescrupulosos aproveitam o caos para fomentar a
discórdia e o ódio. O racismo, o neonazismo, o fascismo, o neoliberalismo, a
eugenia, o ódio ao estrangeiro, e tantas outras aberrações ganham poder.
A
humanidade corre sério risco de uma guerra mundial, não mais de países contra
países, mas de grupos contra grupos, onde as maiores vítimas certamente serão
os mais pobres, os negros, os islâmicos, as mulheres, as crianças, os excluídos
em geral, enfim.
Há
trombetas da guerra e da morte sobre todos os continentes, mas também há
líderes envolvidos com a melhora mundial.
O
presidente negro dos Estados Unidos não é tão belicista quanto o seu antecessor
e defende o direito das minorias. O Papa Francisco prega a simplicidade e a
fraternidade. E há outros exemplos de
racionalidade numa era da alma conectada ao consumo e massificação pelo cordão
umbilical da ignorância e egoísmo.
Há
pessoas que fazem trabalhos voluntários. Há aqueles que aplaudem os refugiados
que chegam exaustos com pés inchados de tanto caminhar. Há aqueles que acolhem,
que abraçam e que respeitam.
Nem
tudo está perdido. Para crescermos, temos que experimentar o abismo, e ver quem
é quem. Quem defende a essência da humanidade, que é a diversidade, e quem
defende a monotonia dilacerante da barbárie.
Muitos
não percebem o discurso de ódio e o mal que acarretam a quem sofre injustiças,
simplesmente porque são incapazes de se colocar no lugar alheio.
A
sensibilização ainda é a melhor arma para vencer essa guerra. De um lado há os
que querem sangue e destruição. Do outro lado estão aqueles que respeitam e
acreditam nas diferenças. Para vencermos, precisamos conquistar mentes,
corações e almas, o que se dá pela sensibilização.
A
imprensa tem um importante papel, assim como todos os artistas e intelectuais,
capazes de transmitir, além de conhecimento, a sensação de esperança num mundo
melhor e mais acolhedor.