Segundo a revista Caros
Amigos, edição de julho, a Alemanha seria o país que receberia o maior destino
de refugiados na Europa, seguida pela França e Espanha.
Mas não são os
europeus os que mais recebem os refugiados sírios.
O país que mais
acolhe os refugiados sírios no mundo, hoje, é a Turquia, com mais de 1,8 milhão
de refugiados daquela nacionalidade. Porém, o Líbano, com uma população
inferior a 5 milhões de habitantes, abriga mais de 1,2 milhão de sírios, o
equivalente ao impressionante percentual de 25% de sua população. O Egito, a
Jordânia e o Iraque abrigam, juntos, quase um milhão de refugiados da Síria.
Porém, quase todos eles ficam em campos para refugiados, distantes da população
civil do país e da necessária integração local. Os sírios e os palestinos
recebidos por aqueles países passam frio e fome e necessitam do apoio de
instituições como o ACNUR ou ONGs voltadas a questões humanitárias.
Na América Latina,
o Brasil lidera o acolhimento dos sírios, com mais de 1.600 refugiados dessa
nacionalidade, grande parte em São Paulo, mas é um número ínfimo se comparado à
sua população de mais de 200 milhões de habitantes.
Mesmo aparentando
ser pouca coisa, há que se confirmar tratar-se de uma pequena evolução. Desde
2013 o governo brasileiro desburocratizou a emissão de vistos para cidadãos
sírios e demais estrangeiros afetados por guerras. Segundo o ACNUR, quase a
totalidade dos pedidos de refúgio por sírios é deferida e, hoje, os sírios
passaram a constituir o maior grupo de refugiados no Brasil.
Embora a postura do
governo brasileiro seja mais liberal do que era anos atrás, os sírios, assim
como outros refugiados, têm sofrido muito já em solo considerado seguro, pois
não basta estar em solo livre de guerras e perseguições. É preciso sobreviver.
E para isso há a necessidade de obtenção de emprego, para que seja propiciada
renda para a locação de um alojamento, para a aquisição de roupas adequadas e
também de comida, pelo menos.
O primeiro
contratempo é a grande demanda de solicitações de refúgio. Essa grande procura,
inédita até então no Brasil, tem levado a Polícia Federal a demorar meses para
efetuar o atendimento inicial. Lembre-se que somente após ser apresentada a
solicitação é que será expedida a carteira provisória que servirá de
autorização, inclusive para buscar trabalho. Porém, o fato de ser estrangeiro e
não falar o português são grandes empecilhos, e o refugiado acaba se socorrendo
a conhecidos ou a membros da comunidade ou a instituições de caridade para
poder sobreviver.
O caos na vida do
solicitante de refúgio foi apenas dirimido. Nada ainda lhe foi assegurado.