Quarta Parte –
SOLUÇÕES POSSÍVEIS
Viver em local
atingido por uma guerra não é fácil. Refugiar-se também não é. Há uma vida a
ser refeita.
As várias violações
ao direito humanitário e as afrontas à própria Convenção de Genebra não têm
sido suficientes a sensibilizar as Nações Unidas para a adoção de soluções
eficazes tanto para por fim ao conflito, como para diminuir o drama dos civis
envolvidos.
A primeira solução
seria a pronta pacificação, a fim de salvar vidas. Permitir ataques aéreos ou
estabelecer uma zona de exclusão aérea não é ação totalmente eficaz para por
fim ao conflito se ao mesmo tempo não houver a efetiva proibição de
financiamento a grupos privados que estejam lutando naquele país, inclusive com
aplicação de sanções. Como o caso envolve interesses geopolíticos regionais
muito claros, o que não tem sido aprofundado pela mídia, a solução definitiva vem
sendo retardada em prol dos países secretamente envolvidos na questão.
A outra medida a
ser adotada, que entendo ser mais urgente, é a amenização do drama dos que
buscam refúgio ou que se encontram na zona de guerra, buscando-se impor a cada
um dos países membros da ONU o recebimento de um percentual mínimo de
refugiados, o que amenizaria tanto o drama do povo sírio, como também dos
países que hoje acolhem números assustadores e assimétricos de refugiados, o
que vem acarretando problemas sociais muito difíceis de serem resolvidos nos
países de acolhida, como no caso do Líbano.
Uma medida que
também deveria ser incentivada é a guarda ou a adoção à distância
(apadrinhamento) de crianças e adolescentes em situação de refúgio, bem como a
doação financeira e material a entidades que cuidam de refugiados ou de
questões humanitárias, com a consequente possibilidade de dedução do imposto de
renda, conforme a legislação local vier a definir.
Situação tão
dramática e cruel como a que temos visto não pode autorizar a inércia dos
países nem dos povos que se encontram em situação de maior segurança
humanitária. Os exemplos vividos pela humanidade não nos dão direito ao
silêncio e à inércia.
Esses dramas e a
comoção geral permitem prever que um novo caminho de Damasco se avizinha, com a
importante valorização das questões humanitárias e do efetivo implemento de
ações que assegurem uma maior dignidade a cada uma das pessoas atingidas por
atos de profunda desumanidade.