Seres que respiram a poeira do vazio e não o ar do Universo
Não sei o que se passa na cabeça doentia de algumas pessoas.
Não sei se é sintoma de uma geração ou fruto do sistema que a sociedade adotou.
O fato é que essas pessoas a que me refiro são frias, insensíveis, àqueles que elas julgam diferentes, seja pelo o que for. Se disser respeito à condição social, então, a coisa se agrava, pois pior do que a repulsa é a cortante indiferença que nutrem pelos que nada têm.
Esses seres que vivem numa novela, no mundo de Alice ou no sonho hollywoodiano, culpam os diferentes pelas condições de vida, como se esses pudessem trilhar caminhos diferentes numa sociedade tão hipócrita, protetora dos que possuem algum tipo de poder e segregacionista àqueles que pensam e agem diferentemente.
Aos descamisados resta a fé, o ar da paciência e da sabedoria, além da resistência e a própria persistência em querer viver.
Aos que me refiro, somente resta vivenciar os últimos momentos da encenação, já que a vida é muito mais rica, diversificada e múltipla em caminhos e opções do que o mundinho quadradinho que restou desenhado no umbigo sem graça de cada um deles ou no ar viciado que nada vivifica. Quando acordarem, poderá ser tarde, pois haverá poucos instantes ainda a permitir viver e respirar o ar do Universo.