O gigante do sul acordou em campo
e mostrou garra e união.
O gigante do sul, como é chamado o
Brasil pelos seus irmãos latino-americanos, tem uma história sofrida, mas,
quando quer, sabe lutar com garra e vencer.
Esse gigante que sofreu com a colonização,
a escravidão, a matança de grupos indígenas, a exploração comercial, a
prostituição de suas crianças e mulheres, com guerras que não quis, com a
destruição das suas matas e aparentemente das suas riquezas, com a exportação
de mão de obra barata e a saída de muitas de suas cabeças pensantes, com alguns
políticos vendidos aos interesses estrangeiros, com séculos de falta de
investimento em educação, saúde e tecnologia, ainda sofre de baixa autoestima.
Mas o Brasil, nome que vem de
brasa, e o seu povo são fortes, são fogo, são guerreiros.
O Brasil, desde a independência,
conseguiu manter-se unido, mesmo com a forte e permanente interferência de
interesses alienígenas em suas questões internas.
Foi um brasileiro que levantou voo e fez o
mundo sonhar com as asas dos pássaros.
Foram brasileiros que escreveram
livros que encantaram e ainda encantam o mundo.
São os brasileiros um povo musical,
com músicas de qualidade reconhecida no mundo inteiro.
A ginga é coisa típica do Brasil
e dos brasileiros, assim como as novelas que fazem pessoas e famílias inteiras,
do planeta terra inteiro, sonharem e pararem o que estão fazendo para
acompanhar mais um capítulo da história fantástica criada por esses artistas.
O cine-documentário brasileiro é
um dos mais respeitados no mundo da sétima arte. É referência nas escolas.
Foram os nossos escravos que
inventaram a feijoada, uma das comidas mais conhecidas do Brasil no mundo
afora. Também foram os nossos irmãos afrodescendentes que criaram a mundialmente
conhecida capoeira, arte guerreira tipicamente nossa. E foram os escravos
muçulmanos, aqui no Brasil, em plena Bahia, os primeiros a lutar aqui no nosso
solo pela dignidade e o absurdo da prisão física, psíquica e da alma.
Fomos uma grande potência durante
o império e por isso não sofremos invasões que poderiam nos destroçar.
Fomos um forte atrativo econômico
e social às pessoas de todo o mundo e de todos os continentes. Daí, ao lado dos
negros, índios e portugueses, vieram europeus, asiáticos, árabes e judeus, e nos
tornamos multirraciais e um dos países símbolos da miscigenação possível e
fantástica.
Sofremos com guerras internas fratricidas
que nos marcaram, e em todos os cantos do país. Muitas eram por sonhos, outras
por devaneios, mas sempre recheadas de muita vontade de mudança. Essa triste
marca da guerra cedeu à vontade de fazer paz, sempre que possível.
Os nossos pracinhas, mesmo sem
roupas adequadas para enfrentar o forte frio, foram à Europa para lutar pela
liberdade de pessoas do Mundo inteiro contra os nazistas e os fascistas, e
venceram os exércitos poderosíssimos da Itália e da Alemanha.
Sofremos com ditaduras apoiadas
por interesses externos que tentaram, com tortura e muita censura, apagar a
magia musical, das artes, da literatura e do encantamento brasileiro. Não
conseguiram.
Hoje somos uma das maiores
democracias de todo o mundo. Motivo de orgulho, pois há 30 anos ainda vivíamos
sob um regime repressivo.
Os nossos pesquisadores, mesmo
sem apoio, têm criado e descoberto grandes passos para o avanço da humanidade,
principalmente na área médica. Nossa indústria aérea é uma das maiores do
mundo. Temos grandes empresas na área
alimentícia. E somos grandes exportadores de produtos agrícolas e de pecuária,
além de minério e petróleo. Exportamos ao mundo inteiro a arte do combate nas
selvas e contra guerrilhas.
Temos uma grande desigualdade
social e enfrentamos diuturnamente a dor de ver irmãos abandonados ao frio e ao
perigo das ruas, sem cuidados e sem alimentos ou água, ao mesmo tempo em que
sorrimos ao nos confortarmos em sermos a 7ª maior potência econômica de todo o
mundo.
Somos um país de contrastes.
Contrastes econômicos, culturais, sociais, educacionais. Contrastes na nossa
formação. Contrastes às vezes fantásticos, às vezes horrendos. Ainda temos que
caminhar, e muito há que mudar.
O Brasil não parou por aí. Nem
vai parar.
O Brasil é enorme. O mundo sabe
disso. Só falta a nós, brasileiros, olhar para o nosso país e pretender fazer
algo melhor por ele e pelos nossos irmãos que não tiveram acesso aos cuidados
de um lar, à educação, à saúde adequada e à cidadania. Precisamos fortalecer as
instituições e enfraquecer todas as formas de corrupção, inclusive os laços de
indicação no serviço público. São tantas as carências, e tantas as
possibilidades para o nosso povo e o nosso país.
A seriedade, o amor e a
fraternidade podem nos fazer muito melhor!
Os escravos que para cá vieram
sem qualquer liberdade, os índios aprisionados e os europeus que vieram em
busca de sobrevivência ou de uma vida melhor, ainda que com o tempo, passaram a
ter sonhos. Inicialmente básicos, esses sonhos se transformaram em pretensão de
liberdade e de prosperidade. E daí surgiu o Brasil, um país de sonhos e dos
sonhos.
Podemos fazer aqui uma grande
Nação, com um povo mais consciente de seu passado, das suas necessidades e do
seu futuro, sempre com mais união, com mais respeito ao próximo e a esse grande
país.
Eu quero e acredito nisso, e você?