foto: The Guardian
A guerra na região que hoje envolve a Síria e o Iraque deve
nos preocupar.
Os rebeldes do chamado EI, nova
denominação ao ISIL, estão matando pessoas de forma gratuita, através da
degola, da crucificação e também por outras formas cruéis por puro sadismo, e
não em combate.
A esse exército truculento e cada
vez mais poderoso se juntam pessoas de todo o mundo. Dizem que em solo sírio já
são seguramente mais de 50 mil pessoas que, unidas, praticam o terror na terra
onde os peregrinos difundiram as mais antigas religiões. Arábia Saudita, Catar
e Estados Unidos são acusados de, até recentemente, fornecer dinheiro e armas a
esse grupo que devasta a paz.
Esse grupo sanguinário mata
crianças, mulheres, idosos e homens. E ainda é acusado da prática indiscriminada
de estupros. Persegue minorias, inclusive de religiões mágicas, que guardam
segredos praticamente desconhecidos pela grande parte da Humanidade, como dos
Mandeus e os Iazidis.
O que mais preocupa é que recentemente
saiu a informação de que um ex candidato derrotado à presidência dos Estados
Unidos, Jhon McCain, teria se reunido em 2013, de forma secreta e ilegal na
Síria, próximo da Turquia, com líderes da oposição ao governo sírio, incluindo
o atual líder do EI, Abu Backr Al Bagdad, procurado desde 2011 pelo governo
americano como um dos cinco mais perigosos terroristas.
A preocupação de alguns países
asiáticos é de que os Estados Unidos estejam forçando, através das ações desse
grupo (EI) e de sua visível capacidade de receber e formar terroristas, tanto a
formação de terroristas islâmicos que poderiam em breve agir de forma mais
contundente em território chinês e russo, com áreas específicas povoadas por maioria muçulmana, como a própria criação do Curdistão,
que reuniria, em princípio, significativas partes do território sírio e
iraquiano, e que ainda abrangeria terras turcas e iranianas, onde há a presença
da etnia curda. A doação de armas de forma massiva a militantes curdos e não ao
governo do Iraque, sob o pretexto de que o governo do Iraque não une as etnias
de seu país, ajuda a dar credibilidade a essa última suspeita.
Independentemente das questões
geopolíticas, a matança indiscriminada, a perseguição a minorias religiosas, o
deslocamento de milhões de pessoas, em busca de refúgio e o perigo à
integridade aos sítios arqueológicos milenares nos impõe o dever de agir.
A humanidade não corre apenas o
risco de apagar parte significativa de sua história, representada por obras
humanas com milhares de anos; mas de enterrar costumes que se transformaram em
segredos religiosos; de ver de perto a maior leva de refugiados desde a segunda
guerra mundial, como já ocorre na Síria; e de presenciar a matança de milhões
de pessoas privadas de tudo.
Ou a humanidade demonstra ter
responsabilidade ou o caos estará próximo de todos nós, não apenas com o
terrorismo que se dissemina pelo ódio a tudo que existe, mas com o pior
sentimento que poderíamos enfrentar, o da indiferença. Assistir a essas
atrocidades inertemente não significa apenas a morte da esperança e da
solidariedade, mas o suicídio da própria humanidade e o passo necessário para
darmos vez a seres menos asquerosos e mais antigos, inofensivos e resistentes
que o homem, as baratas que, escondidas nos esgotos e nas paredes, passarão por
cima de nossos cadáveres e da nossa história e, como ônus, herdarão o inferno
que criamos, para, numa reciclagem natural, reerguer e reestruturar a terra,
permitindo sobrevida aos seres que conseguiram resistir ao massacre imposto
pela nossa raça.