sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

ISRAEL VIVE UMA METAMORFOSE

O Estado de Israel surgiu como uma promessa socialista e depois desvirtuou o nacionalismo, tão defendido desde o início, para a extrema direita que vemos dominando o atual cenário político.
O Partido Trabalhista, de esquerda, mas não necessariamente menos beligerante e ligado aos sionistas fundadores do Estado, viu diminuir a sua participação no jogo partidário e a direita como um todo tem crescido sem cessar. Ex-agentes do serviço israelense e do exército, homens e mulheres, dominam a vida política, inclusive ocupando cargos de primeiro-ministro, como recentemente vimos uma ex-agente do Mossad.
Em Israel vieram os judeus e descendentes dos mais diversos países da europa, incluindo a Rússia, e hoje tornou-se um grande pedaço do ocidente encravado no médio Oriente. O Estado surgido em 1948 instituiu valores ocidentais naquela região, alterando hábitos alimentares e culturais, além dos modelos arquitetônicos e do modo de vida como um todo.
Hoje, Israel fabrica armas, inclusive atômicas, compra armamentos de grandes potências, provoca guerras e sacrifica vidas da população civil libanesa e palestina. É o país mais bem armado da região e aproveita essa supremacia para expandir-se lentamente, tomando terras dos palestinos, libaneses e sírios. Expande os assentamentos de colonos na Cisjordânia e no território sírio ocupado.
Israel modificou suas essências, a realidade, e hoje torna-se um Estado com potencial imperialista e fascista. Mas esse posicionamento tem amplo apoio da população, muito embora existam importantes vozes discordantes, normalmente de intelectuais.
Recentemente, a TV Aljazeera noticiou que o apresentador Lior Shlain, do Canal 10 de Israel, zombou de Cristo e da virgindade de Maria, o que teria gerado irritação nas comunidades palestina, muçulmana, cristã-ortodoxa e católica. O programa sarcástico disse, entre outras coisas, as seguintes pérolas. Primeiro, que a Virgem Maria era “totalmente falsa... ela teria engravidado aos 15 anos de idade de um de seus colegas em um banco da escola”. Depois, acrescentou que “Jesus era muito gordo para conseguir andar na água”.
Um dos partidos de direita pretende retirar direitos políticos dos árabes-israelenses, num claro sinal de discriminação e preconceito, fomentando ainda mais o ódio e o separatismo dos povos irmãos.
O preconceito atinge até valores importantes para a própria comunidade judáica. Não muito tempo atrás, jovens de descendência judáico-russa, pixaram a suástica nazista em pleno Estado-Judeu! Maior contrasenso que este é impossível.
A verdade é que o caminho que vem sendo adotado pela política internacional israelense e pela própria população traz uma série de sérias preocupações.
O que acontecerá com esse Estado quando o seu maior provedor (Estados Unidos) não financiar mais armamentos nem capital?
O que acontecerá com esse Estado quando a população árabe-israelense tornar-se maioria em Israel?
O que acontecerá com esse Estado quando a extrema direita expandir e solidificar não apenas o imperialismo, a ampliação do território israelense ou a beligerância, mas os atos racistas e xenófobos que estão adquirindo força, trazendo à lembrança os nefastos tempos sofridos com o nazismo?
O que acontecerá com esse Estado quando a ONU fizer valer suas declarações, convenções e resoluções?
O que acontecerá com esse Estado quando a inteligência vencer o medo e a humanidade sobrepuser-se às armas?
Mas, o que será dos valores éticos e filosóficos da humanidade se a realidade que vemos hoje naquela região não for modificada?
São perguntas sem resposta? Talvez sim. O mais fácil seria os governantes israelenses serem menos hipócritas e aceitarem definitivamente a criação do país chamado Palestina. Para isso deveriam aceitar os governos eleitos pelos povos vizinhos, retirar exército e colonos e respeitar as fronteiras internacionalmente reconhecidas.
Mas ainda creio na profecia de Edward Said, intelectual palestino radicado nos Estados Unidos e já falecido, de que uma nação única para palestinos e israelenses fosse a maior lição de humanidade para o mundo, sem preconceito, sem matança interna e com interação religiosa, cultural, gastronômica, econômica... Nada que o tempo, a preocupação internacional, a participação efetiva da ONU, a disposição de aceitar o outro e uma boa Constituição não resolvam. As utopias servem justamente para isso, para nos fazer crer na humanidade existente nos... humanos.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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