O recuo de Bolsonaro não visa à reconciliação, mas a uma pausa temporária. Será?
A greve de parte dos caminhoneiros havida logo após a manifestação e chamada bem antes do dia 7, bem como a ocupação da Esplanada dos Ministérios pelos Bolsonaristas mais radicais, que ameaçavam invadir o congresso e o STF, visava criar uma séria instabilidade e medo nos diversos organismos do Estado caso fosse pedida a prisão do presidente ou o seu impeachment em razão da fala agressiva de Bolsonaro contra o STF, a Constituição e a Democracia.
A isca jogada pelo Presidente não alcançou o Ministro Alexandre de Moraes, então alvo direto dos ataques, e as manifestações estavam deveras esvaziadas, segundo o que esperava o governo, o que o levou, então, a rever a sua postura, pedindo desculpas as Alexandre de Moraes e o fim da greve dos caminhoneiros.
O golpe contra a democracia não prosperou dessa vez, mas é possível que haja uma futura tentativa. É o que acreditam políticos da oposição e alguns do Centrão, além de autoridades dos Tribunais Superiores.