terça-feira, 7 de setembro de 2021

199 ANOS DE INDEPENDÊNCIA OU UM GOLPE CONTINUADO CONTRA O POVO BRASILEIRO?

Pintura de Pedro Américo, de 1888


Nesse 7 de Setembro comemoramos 199 anos de independência de Portugal. Fomos colônia do país ibérico por mais de 300 anos e herdamos deles, além do sangue e sobrenomes, línguas e costumes.

Hoje, o Brasil é um país considerado livre e soberano, mas e o seu povo?

O Brasil é um país "sui generis", que não passa a limpo nada. Com a independência, em 1822, substituímos a Coroa Portuguesa pela mesma família, agora denominada de Coroa Brasileira. Nosso imperador Dom Pedro I  mantinha a linhagem real portuguesa e, ao abandonar a coroa brasileira, coroou-se Rei de Portugal, como Pedro IV.

No Brasil, a Monarquia foi substituída pela República, que não tinha muito de coisa pública, numa tradução literal do latim, mas de algo muito próprio e particular dos militares, que queriam imitar os distantes Estados Unidos. E, assim, em 1889, eles praticaram o primeiro golpe da nossa República, pondo fim à Coroa Brasileira. Os militares deram sucessivos golpes pelo poder, muitas vezes ao lado da elite econômica e social, poucas vezes um pouco dissonantes do pensamento de nossa burguesia.

Hoje, os militares juram respeitar a Constituição e o poder por ela constituído. Será? Hoje, constituem-se em elite do serviço público, ao lado da Magistratura e do Ministério Público, com polpudos vencimentos, gratificações, soldos e pensões, inclusive com regras específicas e muito benéficas para a sua aposentadoria um tanto precoce.

Com o atual governo, os militares ainda assumiram postos de comando no Poder Executivo, ganhando gratificações e poder de decidir os rumos de nossa Administração Pública. Hoje, os militares de média e alta patentes integram a denominada elite brasileira e se distanciam do povo. Muitos dizem que eles tramam um golpe dentre da República, como o fizeram contra Dom Pedro II, visando não ideais, como juravam defender os militares de 130 anos atrás, mas gora em busca de mais poder, para assegurar os benefícios conquistados em um país cada vez mais empobrecido.

No Século XXI, os colonizadores portugueses foram substituídos pela elite brasileira, composta por especuladores financeiros e imobiliários, grandes empresários, empresários que atuam nas mais diversas formas de ilegalidade, elite do serviço público e parte do Congresso Nacional,  que sangra o país e mantém o povo brasileiro à parte do poder de decidir os rumos do Brasil, mantendo-nos na ignorância e distantes do enriquecimentos cultural, educacional e tecnológico.

A nossa elite, assim como fizeram os colonizadores portugueses, querem apenas explorar as nossas riquezas, sem pensar no futuro do país.

A independência brasileira não virá de um grito de um líder, nem do brilho do verde oliva do fardamento de nossos comandantes. A independência brasileira somente advirá quando a elite se preocupar com o passado e o futuro do país, garantindo aos brasileiros que conheçam sua rica e trágica história, ao mesmo tempo em que, efetivamente, passe a limpo a escravidão, o genocídio indígena, os diversos excessos e arbítrios das ditaduras e a desconsideração pelas periferias, investindo massivamente em tecnologia, educação e cultura.

Até que isso ocorra, a nossa independência não passará de um conto de fadas escrito pela nossa elite que se vê integrante do atlântico norte, sem as colorações múltiplas de nosso povo.

 A nossa independência há de ser conquistada e jamais será concedida por um grito, por uma farda ou uma benevolência de quem não se vê como brasileiro e, como elite, ainda dita os rumos do país, mantendo o povo na mais absoluta ignorância servil.

O povo brasileiro é um tipo de escravo moderno de uma elite descompromissada com o Brasil e que se identifica com povos do atlântico norte. É o Brasil que temos nos 199 anos de nossa independência de Portugal.

A nossa independência foi e é um golpe contra o povo brasileiro. Cai quem quer!

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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