A democracia no ocidente está decadente e é visível.
Não que a extrema direita tenha enfraquecido a democracia, mas esta, por estar quase morta no ocidente, tem permitido a proliferação de neonazistas e extremistas de direita e estes nunca simpatizaram com o oposto e menos ainda com o regime democrático. E temos visto tal condição se proliferar além dos Estados Unidos, alcançando a Europa, berço do renascentismo e iluminismo.
Governos que se dizem de centro, direita democrática ou centro esquerda, como os Estados Unidos, Grã Bretanha e a Alemanha, têm se mostrado pouco afeitos às manifestações populares. Os atos pró-palestina são reprimidos com força e os participantes presos, simplesmente por defenderem um Estado Palestino, como sempre pregou a ONU, e o fim do genocídio que se consuma a cada dia na Faixa de Gaza por Israel. Estudantes universitários, reitores e professores foram arrastados à prisão por expressarem uma opinião contrária a um poderoso lobby israelo-estadunidense. Uma candidata judia a presidente dos Estados Unidos foi presa, por participar de ato pró-Palestina. Um militar da reserva e que é um famoso analista de geopolítica foi retirado à força de um avião da Turkish AirLines e impedido de continuar viagem, por criticar a atuação dos Estados Unidos e da OTAN na guerra na Ucrânia e apontar os excessos de Netanyahu na guerra contra os palestinos. Até um intelectual e historiador renomado, o israelense Illan Pappe, foi detido pelo FBI, nos Estados Unidos, e interrogado, por ser abertamente contra as ações sionistas. As perguntas feitas foram se apoiava o Hamas. Em Israel, proibiu-se a rede de televisão Al Jazeera. Nos Estados Unidos, impediu-se o TikTok de existir. Democracia? Aonde?
A Alemanha e outros países europeus têm proibido e reprimido qualquer manifestação pró-Palestina. Há um cerco generalizado contra aqueles que pensam diferente. Nisso, os governos direitistas, centristas e esquerdistas da Grã Bretanha, Estados Unidos e Alemanha se igualam entre si e também à própria extrema direita, que também sempre odiou o diferente.
Os representantes e líderes militares e econômicos do dito ocidente estão decadentes.
Poucos são os países que se salvam na Europa, dentre esses, ainda brilha alguma luz na Espanha, na Noruega e na Irlanda, que inclusive reconheceram a Palestina como Estado, ainda que tardiamente, já que a proposta apresentada pela ONU data de 1947, ou seja, de 77 anos atrás, quase um século. Pense em quantas pessoas viveram e sofreram por não terem uma pátria e estarem submetidas à ocupação militar, repressão e assassinatos em massa?
Enquanto isso, manifestações contra os líderes da Rússia e China praticamente inexistem em tais países, e não por repressão governamental, mas por desinteresse da população, já que a economia de tais países continua próspera ou está crescendo mais do que o esperado. E é próspera porque o neoliberalismo não domina a mente dos capitalistas de tais países. Lá, o desenvolvimentismo, principalmente na Rússia, é a chave para o progresso. A economia russa, inclusive,cresceu mais que qualquer país desenvolvido ou integrante do G7, mesmo sob sanções e participando de guerras na África, Síria e Ucrânia. Os salários também aumentaram por lá.
O Ocidente não deveria servir de exemplo para ninguém, hoje em dia! A decadência militar, econômica, democrática e moral está fazendo ruir o mundo colonial e imperialista ocidental, que tantas mortes, genocídios e crises humanitárias causou e continua a provocar.
O mundo multipolar toma forma e deveria servir de esperança não apenas para o mundo sul global, como é chamado pelos intelectuais da geopolítica, e que já foi o terceiro mundo durante a guerra fria e, na verdade, sempre foi e continua sendo o grupo de países que afetado por potências colonialistas e imperialistas ou por sua posição estratégica ou pelas suas riquezas.
O chamado mundo multipolar, que por enquanto evidencia o crescimento apenas da China e da Rússia, ao lado das potências ocidentais, poderá vir a ser de paz e prosperidade ao planeta, a depender das outras potências em ascensão militar, econômica e, fundamentalmente, geopolítica. O mundo multipolar, por enquanto, é uma incógnita e que está em formação.
Que a democracia, livre dos poderes lobistas de grandes grupos de interesse e que represente de fato cada um dos povos e dos grupos sociais que integram a sociedade, que o humanismo, que o respeito pelos indivíduos e grupos sociais, que a solidariedade entre os povos e as Nações, que a autodeterminação de cada povo e que a não intervenção, princípios previstos na nossa Constituição, possam ser uma realidade a ser consagrada na Terra tão diversa que nos abriga conjuntamente.
Que cada povo possa ter direito à sua terra, que as economias não anulem mais o humano que está em cada um de nós, que a desigualdade não permita a miséria e a fome, e que as fronteiras não sejam transformadas em muros, mas em mãos a receber e a acolher e abraçar!
A Utopia e o sonho não podem morrer. Um outro mundo é possível! Façamos a nossa parte!