O Brasil é um país frágil geopoliticamente. E por que digo isso?
Por alguns motivos.
O primeiro é que somos frágil belicamente, sem capacidade de enfrentar grandes países e de evitar um bloqueio marítimo no Atlântico Sul, por onde passa a nossa exportação de minério, alimentos e petróleo e grande parte de nossas importações..
Também somos frágeis economicamente, dependendo da exportação para grandes potências, como China e Estados Unidos.
Somos frágeis por não termos um projeto de país e por não nos programarmos para nos situarmos no mundo multipolar que já está em formação.
Mas o que mais nos fragiliza é a nossa riqueza! Sim! Ela é cobiçada. A começar pela riqueza da produção agrícola e também pecuária. A riqueza das fontes de água potável. A riqueza da diversidade de minérios. A riqueza do petróleo. A riqueza da Floresta Amazônica. Tudo isso é alvo de cobiça pelas grandes potências e não temos capacidade militar à altura da defesa que elas exigem!
O que resta ao Brasil, então? Há saídas. Uma que eu visualizo é utilizar essa nossa riqueza como moeda de troca com as grandes potências capazes de ceder parcialmente aos nossos interesses.
Os Estados Unidos agem como império e não negociam, impõem! Já os chineses permitem negociar quando há algo de grande interesse por eles.
No caso dos chineses, russos e indianos, nós temos uma grande produção agrícola capaz de alimentar parcialmente aqueles países que somam pouco mais de 3 bilhões de pessoas, mais de 1/3 da humanidade.
Isso exigirá política que permita o aumento da produção agrícola. E digo isso porque eles são nossos parceiros no BRICS, o que nos permite negociar com eles o fornecimento de alimentos, em troca de tecnologia para a fabricação de mísseis de médio e longo alcance e outros armamentos estratégicos. E o argumento para forçar essas potências a repassar tecnologia é que a exportação de alimentos só poderá ser garantida se tivermos armas capazes de garantir as nossas fronteiras, inclusive maritimas e os nossos interesses no Atlântico Sul.
Aí entra o Itamaraty e a sua capacidade de diálogo e negociação que é reconhecida internacionalmente. E a possibilidade de atingirmos o nosso intento é grande, já que a produção agrícola e pecuária brasileira é importante, principalmente para a China e a Rússia.
Portanto, o jogo não está perdido! Ainda podemos garantir os nossos interesses geopolíticos e um futuro mais promissor às gerações futuras! Só não podemos perder tempo! Se perdermos essa oportunidade, perderemos parcerias importantes, ficaremos ainda mais dependentes e submissos aos interesses egoísticos e imperiais dos Estados Unidos e ficaremos presos definitivamente ao atraso, enfrentando um empobrecimento cada vez mais crescente.