quarta-feira, 27 de outubro de 2021

A PANDEMIA, A CRISE SOCIAL E OS REFLEXOS NO SISTEMA POLÍTICO E ECONÔMICO BRASILEIROS. CRISE NO CAPITALISMO?


Não sou economista, mas escrevo como jornalista que, além de ler matérias de diversos veículos sobre a economia, o covid-19 e a crise econômica, ainda repara no dia a dia das pessoas.

É fato que não é de hoje que, com o capitalismo financeiro ditando os rumos econômicos de grandes economias, muitos críticos aumentaram o tom contra o capitalismo.

Ao contrário do capitalismo industrial, o dito financismo não traz consigo o emprego para o cidadão e o tributo do consumo para o governo e, para agravar a situação de muitas economias, ainda aumenta a concentração de renda, tornando o monstro do capitalismo ainda mais perigoso.

Não é por outro motivo que o próprio fascismo italiano criticava o capitalismo financeiro e propunha um Estado forte.

Porém, no embate entre capitalismo regido por ditaduras oportunistas e democracia ocidental e o comunismo, inicialmente comandado pela ditadura do proletariado, o primeiro sagrou-se vencedor do primeiro round.

Nos dias atuais, o covid-19 apresentou algumas modificações que implicaram não apenas na mudança nas relações de trabalho, mas na forma das pessoas agirem em relação ao emprego. Com o distanciamento social e a adoção do “home office”, muitos trabalhos intelectuais (e não braçais), passaram a ser feitos à distância, diretamente da casa do prestador de serviços, o que aproximou o trabalhador de sua família, fazendo-o refletir sobre a própria relação tradicional de prestação de serviços.

Mas não só. O covid-19 trouxe consigo, juntamente com o aquecimento global, o desmatamento, a seca, a priorização do grande agronegócio (soja) em detrimento do cultivo de alimentos e a queda na produção em geral, um problema que talvez o capitalismo não consiga resolver rapidamente: a crise no abastecimento industrial e alimentar, o que elevou o preço dos produtos e alimentos no mundo inteiro (no Brasil mais ainda, por conta da crise, do preço do dólar e da inflação).

O covid-19 matou muita gente, muito por culpa da falta de ação imediata e efetiva de muitos governos, incluindo o brasileiro, mas a pandemia afetou também a economia, e não apenas superficialmente, mas estruturalmente, deixando-a prestes a ruir.

Ao lado de tudo isso, vemos no Brasil, em especial, o aumento da fome e do desemprego, com a multiplicação dos moradores de rua nos centros das grandes cidades brasileiras.

E com tudo isso, o governo ainda adota uma política neoliberal desastrosa que provoca, ao lado de todo o caos social, um baixo crescimento de nossa economia.

A crise no capitalismo é visível, mas a crise no capitalismo brasileiro é assustadora.

Ao mesmo tempo, o governo federal adota uma política reacionária e centralizadora e uma economia mal planejada, onde o capital tem plena voz ativa, fazendo agravar a crise no Estado e na própria administração pública, ao lado de um caos social crescente.

O covid-19 pode deixar de ser pandemia e virar uma doença como outra qualquer, mas os estragos já foram provocados. Obviamente o covid-19 não agiu sozinho. Muitos governos absolutamente inconsequentes e incompetentes agravaram a situação econômica local e até mundial.

O fato é que, com tantos estragos, dificilmente o capitalismo sobreviverá se não se modificar radicalmente, em especial no Brasil.

Com a crise na administração pública e na produção, o caos social e o crescimento das milícias, estamos caminhando para um capitalismo ao estilo feudal, onde grupos serão mais fortes que o próprio Estado e a concentração do capital e das forças de produção se dará na figura daquele que controlar exércitos particulares mais poderosos. Obviamente estou me referindo, aqui, ao Brasil.

É certo que a massificação pode manipular as pessoas até um certo ponto, mas em uma sociedade acostumada a valorizar aspectos individuais, esse sistema capitalista monstruoso que está sendo configurado colidirá com uma sociedade cada vez menos tolerante com governos opressores, ditaduras e visões unilaterais.

A crise social e do capitalismo no Brasil poderá (quase deverá) provocar a reação das pessoas a ponto dessas exigirem um Estado mais presente no dia a dia das pessoas e na própria economia, ditando regras e promovendo, assim, o capitalismo indutor do crescimento econômico nacional e responsável pelo bem estar da população, regrando-se de forma consistente o rentismo, algo que desagrada o capitalismo financeiro.

Com esse governo e o covid-19, nada será como antes, nem o capitalismo brasileiro!

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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