domingo, 28 de maio de 2017

MOMENTO DE LIBERDADE DO PENSAR

Durante uma gripe forte, com febre, tentei amenizar a dor ouvindo música indiana. O resultado foi um transe, um estranho transe.

Não seria capaz de escrever o texto abaixo em sã consciência, ou de acordo com a realidade que o cérebro nos impõe. O que escrevi é muito meu, mas nunca havia conseguido racionalizar dessa forma, com essas palavras.

Com a febre, as palavras tiveram a liberdade de serem mais autênticas e de propiciarem um sentido ao que vivencio e creio que muitos também.

Vamos ao texto. O compartilho no facebook não como prêmio pessoal, pois muitos não compreenderão. Outros darão algum sentido.

Dizem que o mundo espiritual não existe e que tudo se resumiria ao mundo material.

Não sou filófoso, nenhum mestre esotérico nem físico, mas ouso dizer que a matéria que vemos e tocamos é fruto de manipulação do nosso cérebro, que cria ilusões. A realidade não é a que vemos ou tocamos. Não somos exatamente o que pensamos. O que somos é muito mais simples e é possível sentir, mas vimos desaprendendo com a civilização ocidental. A verdadeira é a que sentimos dentro de nossas almas. Os budistas, hinduístas, sufis e diversas tribos espalhadas pelas Américas, África, Ásia e Oceania ainda ensinam o verdadeiro autoconhecimento.

Se tivermos domínio de nossas almas, estaremos blindados para a irrealidade criada por um cérebro dominado pelo ego e por paixões doentias, trazendo o mal para o nosso interior. Com esse aprendizado de autoconhecimento seremos capazes de curas e da prática dos supostos milagres.

Para vivenciarmos a realidade – a mais pura, a espiritual -  temos que entrar num transe profundo que muitos adentram através da meditação, seja pelo silêncio, seja pela dança, seja pela música, seja pelos pensamentos controlados. Nela descobriremos o nosso mundo em que somos um pequeno deus em um estado de paz, onde tudo é simples, claro, harmonioso e repleto de amor.

Por isso temos que contar até dez, até cem, respirar fundo, antes de tomarmos qualquer decisão ou responder a uma agressão. Precisamos que o nosso eu verdadeiro, o mais puro, se apresente.

Não tenho dúvida de que o mundo materialista, consumista e individualista dificulta o aprendizado do eu interior, já que valoriza apenas o mundo físico.

Numa era de materialismo exacerbado, consumismo, estresse e de ego inflado, as agressões pelos extremistas religiosos ou políticos é aparentemente inevitável. A razão, a ligada ao ser, ao espírito, como diziam os filósofos antigos, é que nos trará o equilíbrio necessário.

O mundo não precisa de rótulos, religiões, países, mas de uma interiorização aliada ao conhecimento trazido pela razão.

Os acontecimentos históricos seriam uma irrealidade? Não totalmente. A história ocorre porque a vida é incessante e há acontecimentos, transformações (o mundo está em constante transformação, assim como o ser humano e a sua própria alma). As sensações, sim, seriam irrealidade, tanto que muitos as veem de um jeito e outros de forma diferenciada, com percepções muito distintas.

A razão não vem de uma área do cérebro que nos manipula, mas de uma parte dele ligada a quem realmente somos.

No cérebro há o inferno que criamos e o céu que temos em nós mesmos. É um resumo do Universo. O que criamos tem energia que carregaremos até ser controlada com o equilíbrio da alma.

Tudo no mundo se liga, se conecta e tem motivo. A energia existe, mas se transforma, de acordo com a nossa mente ou alma. Nada existe sem motivo. O que fazemos conosco e a energia que carregamos é que é fruto da irrealidade da mente.

Vemos a realidade mais pura sem a poeira energética apenas quando controlamos a mente.

O nascimento é o surgimento da irrealidade em nossas vidas. Um conto que vivemos de acordo com o comando do nosso cérebro.

Não sou estudioso, mas as drogas, se usadas para isso, deturpam a realidade que se pensa espiritual. Seria um paralelo entre a suposta realidade material e a nova realidade criada pela mente dominada pelas drogas. Não haveria um contato íntegro com o plano espiritual.

Nada justifica as injustiças criadas pelo outro. Mas deixamos que elas nos alcancem e sofremos apenas quando damos à matéria valor que ela não tem.

Quando procuramos ser um ser integralmente melhor, vemos todos os acontecimentos como relativos e muitas vezes naturais, e assim temos a capacidade de controlar as ações e reações com a alma.

A vida não nos exige um mundo colorido e repleto de conforto, luxo e dinheiro. A vida apenas exige que amemos. Amemos e saibamos quem somos, que amemos os outros.

A verdade e a felicidade não advêm do carro bonito e das dívidas que ele acarreta, mas do sorriso espontâneo por um momento sublime, da felicidade que se liga ao amor e à paz. E este momento somente é percebido com a alma, o nosso eu mais profundo.

Quando estamos em paz, estamos em estado de amor e é o que nos traz o equilíbrio, a sensibilidade e a percepção mais limpa possível da realidade, sem a interferência das poeiras energéticas do pensamento desequilibrado.

A evolução da humanidade propicia, facilita, que todos possam ver e sentir com o espírito, emanando amor. Estamos no momento disso.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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