quarta-feira, 31 de maio de 2017

DROGAS

Drogas. Dependência. Vamos além da questão da discussão da internação compulsória?

Internar, ao contrário do que vem ocorrendo com frequência, não pode significar deter um indivíduo e privá-lo de direitos fundamentais.

Internar drogaditos tem que ter o significado de afastamento das drogas para um tratamento da dependência. E tratamento envolve primeiro um desejo ou retomada da consciência do dependente para manifestar o desejo de tratar-se, apoio da família, preocupação e participação do Estado, auxílio de profissionais especializados, como terapeutas, psicólogos e psiquiatras.

Colocar uma pessoa num colchão em um espaço público e largá-lo à própria sorte não é, nem de longe, internar. É omitir. É privar. É praticar o crime de cárcere privado.

As drogas foram muito cultuadas ao longo da história da humanidade. Algumas permitiam aproximar-se de divindades. Outras permitiam uma maior sensibilização, o transe.

Foi a partir do início do século passado que os entorpecentes começaram a ser combatidos no ocidente. Até então o uso da cocaína, por exemplo, era livre no Brasil.

A partir da segunda metade do século passado a drogadição passou a ser um problema no Brasil e em boa parte do mundo. Na China, há um século, o uso do ópio era fomentado pelo governo britânico, criando um enorme problema social entre o povo chinês.

O Brasil adota uma política de combate ao narcotráfico aonde investe fortunas. Gastam-se bilhões em armamentos, cursos, pessoal e serviço de inteligência nas esferas federal e estaduais. Porém, os governos não investem da forma que deveriam na política de recuperação e tratamento.

Como tudo neste país, regado pelos dólares da corrupção e pelos lobbies das indústrias de armamentos e de produtos de segurança, a questão da droga deixou de virar problema de saúde pública para tornar-se problema quase que exclusivo de segurança pública. Assim, a questão torna-se rentável às indústrias e ao verdadeiro sistema de corrupção infiltrado no Estado.

A saúde dos dependentes, porém, é relegada às entidades beneficentes. O Estado prefere não investir no tratamento dos drogaditos, praticando o que se conhece como crime de responsabilidade, sujeitando o administrador a processos de impeachment, inclusive.

Mas não basta combater o tráfico e tratar o dependente. É necessário principalmente agir preventivamente, com campanhas de esclarecimento. Essas campanhas funcionariam como um sistema de inteligência para a saúde pública, atuando para evitar que mais e mais pessoas venham a se tornar dependentes.

Algum tempo atrás viu-se algumas campanhas na mídia, mas não há mais. Não se lê, não se ouve nem se vê nada a respeito nos meios de comunicação brasileiros.

Um governo que não investe na prevenção nem no tratamento e recuperação dos dependentes, parece estar fadado ao fracasso, talvez intencional, em relação às drogas ilícitas. Isso só faz aumentar o comércio ilegal e o poder dos que a comercializam. Também aumenta a corrupção, o poder de influência dos políticos facilitadores e o poder dos grupos criminosos que agem no tráfico.

 Graças exclusivamente ao tráfico de entorpecentes, o Brasil possuis organizações criminosas ricas, bem armadas e estruturadas que não param de crescer e já alcançam boa parte dos países da América do Sul e se tornam verdadeiros rivais, ou colaboradores, de máfias já consolidadas no mundo afora.

A cada dia que passa, portanto, o combate a essas organizações torna-se mais difícil. Além do que, não é de hoje que dizem que elas financiam agentes públicos, muitos deles ligados à área da segurança pública, e políticos.

Assim, além da Lava Jato, uma operação de tal envergadura na área do tráfico, acompanhada de ações na área de comunicação e saúde, se faz urgente.

O Brasil, a cada dia que passa, por irresponsabilidade de grande parcela de seus agentes políticos, está cada vez mais nas mãos dos corruptores, corruptos e principalmente do crime organizado.

O dependente a vítima mais frágil de todo esse esquema podre, não é sequer tratado como ser humano. O tráfico, assim como o próprio Estado, passam por cima desses usuários e dependentes. Querem mais, todo o poder e status que lhes for possível.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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