Dizem que viver é uma arte.
Portanto, deve haver a Arte da Vida.
Enquanto qualquer arte exige liberdade absoluta, a vida não contempla tamanha liberdade. Há nela uma liberdade mais restrita, mais medrosa, mais receosa e mais cheia de dedos. E há razão nisso. Enquanto na arte o artista se considera o criador, um deus, na vida somos apenas coadjuvantes.
A arte, em si, nunca morre e sempre estará ai para ser contemplada. Com a vida há divergências. Alguns dizem que é eterna, enquanto outros dizem que é passageira.
O artista ruma ao desconhecido, como qualquer ser vivente. Nunca sabemos o que ocorrerá amanhã, assim como desconhecemos antecipadamente o resultado de nossas ações.
Mas a vida contempla belezas ímpares, uma somatória de cores e experiências que se assemelha totalmente à arte. Nelas, tanto na arte quanto na vida, o que não falta é o horizonte de possibilidades.