quinta-feira, 31 de maio de 2012

NOVOS RUMOS

Um tempo atrás realizei um sonho de criança e comprei um jipe. Um carro velho, mas bem conservado e que lembrava um tanque de guerra de tão forte e pesado que era. Com ele eu passei por muitas estradas de terra, rumo a belíssimas cachoeiras. Passei por rios e alagamentos com extrema facilidade. Não tive muito problema com peças e mecânica, a não ser no começo do relacionamento.
Passados uns anos, percebi que o carro iria dar muita dor de cabeça, principalmente com manutenção e optei por dá-lo ao meu sobrinho, para ajudá-lo com o dinheiro da venda.
Como despedida, optei por fazer uma viagem simples em um local próximo. Optei por São Francisco Xavier. Foi uma despedida silenciosa, sem alarde. Uma despedida dos amantes que se separarão eternamente. Apenas o carinho estava presente em todos os instantes. De resto, o silêncio imperava. A conversa de despedida faria jorrar lágrimas incessantemente. A saída era calar-me. Enquanto dirigia, lembrava das viagens que fiz, das companheiras e dos companheiros desse tour. Essas lembranças não ficarão apenas comigo, mas irão com esse carro que resiste ao tempo. Lembrei dos lugares magníficos, dos instantes de medo, nervoso e de alegria que passava ao dirigí-lo pelas estradas sinuosas, lamacentas e perigosas. Vivi uma aventura que ele me proporcionou, mas tive que me despedir.
Sabia que um dia poderia encontrá-lo parado ou andando nas ruas e estradas desse Brasil, mas também sabia que nunca mais poderia vê-lo.
Mas, na vida temos que saber nos desfazer das coisas. Das pessoas é mais difícil, embora muitos nem percebam.
Agora que estou só, quero novas aventuras. Talvez comece a praticar ciclismo. Quem sabe? Esse é o grande lance da vida. Podemos mudar de rumo e ir por estradas nunca dantes rodadas. As perdas não são fáceis, mas sempre haverá novos encontros, novas caminhadas, novas empreitadas, novos sorrisos, novas amizades e novos amores. O ser humano não vive só e não vive no passado. Pode viver o passado ou com o passado, mas deve, necessariamente, viver a vida a cada dia, no presente, colhendo assim presentes a cada amanhã. Os eventos incertos e todo o universo estarão ao nosso dispor, incluindo o que se foi e quem passou. É a simples celebração da vida, tão difícil de ser aceita.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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