quarta-feira, 9 de maio de 2012

ACABOU A ERA ROMÂNTICA

Casal Dançando - Anita Malfatti
Vivemos numa era estranha, da ausência dos sonhos, da inércia dos ideais e da inexistência do romantismo. O último romântico morreu e já foi enterrado, há anos. Ou será que você tem alguma dúvida disso?

Lembro de quando era jovem e tinha meus dezoito e até os vinte e poucos anos. Existia a boate para casais. Espere aí, não era clube de swing, não. Não confunda as coisas. Era uma boate onde os casais podiam dançar músicas românticas e ter tempo para seduzir, com carinho, vinhos e boa lábia. Hoje, tem os swings, onde os casais dançam e seduzem, várias pessoas e só para o sexo. É o consumo máximo de pessoas, por quilo.

O máximo foi uma ex-namorada falar para irmos a uma boate para casal, pois sentia falta de dançar música romântica. Eu me identifiquei com ela e disse que também gostava muito daquele tempo, mas achava que elas já não existiam mais. Lembramos os nomes de algumas delas, até que ela pediu que eu fizesse uma pesquisa na internet, para localizar o endereço de uma em especial, a Marrakesh. Era uma casa legal. É, eu e a minha ingenuidade. Fiz a pesquisa e localizei a página. Quando abri, fiquei perplexo, pois se tratava de uma casa ou clube de swing. Fiquei estarrecido e logo depois já fiquei imaginando que a dita ex já devia saber disso e estava me testando, com vontade de ir numa casa desse estilo. É, passados uns 10 anos dessa história, hoje, virou moda jovens irem em casas de swing. As pessoas estão com menos pudores e dispostas a conhecer tudo que diga respeito a sexo. Mas que aquilo me surpreendeu e eu acabei não indo com ela naquelas casas tão em voga hoje em dia.

Hoje já não há essa necessidade de encantar para ir à cama. Ou talvez exista um encantamento instantâneo, como se fosse um nescafé ao ser misturado na água "caliente", que resulta numa mistura agradável para o café e para a água quente. Antigamente era tudo paulatino, com muito esforço. E vou ser sincero, sinto saudades daquela época, do beijo pedido e até roubado com um certo romantismo.

Ora, homem não é só um objeto. Acredite, ele também tem sentimentos. Penso comigo que o aumento constante do percentual de depressivos na população deriva em grande parte, quando não se trata de fator genético ou de deficiências de neurotransmissores, da ausência do calor humano, não no sentido sexual, mas no sentido da falta de carinho. Experimente fazer carinho em uma pessoa triste e depressiva. O humor pode não melhorar na hora, mas logo depois um sorriso será dado. É uma espécie de êxtase, não sexual, mas um êxtase espiritual, de bem-estar.

Quem sabe se um dia não voltamos a ser românticos? Quem sabe se não voltam a construir as boates para casais românticos, melhor dizendo, isto para que não confundam com clubes de swing.

O tempo da ingenuidade, pelo visto, ficou para trás.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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