quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

UM JORNAL BRASILEIRO DE ESQUERDA

Dizem que não há condições de o Brasil ter um jornalão de esquerda. Hoje, a direita é representada pela maioria dos jornais brasileiros, como O Globo, Jornal do Brasil, O Estado de São Paulo, Folha de S. Paulo, Jornal da Tarde, Agora... Não há mais o Última Hora, que foi fechado durante a ditadura militar.

Há um jornal de esquerda de circulação nacional, O Brasil de Fato, mas é por demais pequeno, com baixa circulação. Não pode ser considerado um jornalão em termos de impressão.

Bem, será que a esquerda não consome jornal no Brasil? Duvido.

Na verdade, a esquerda brasileira difere-se muito das dos demais países. Quem é de esquerda, hoje, no Brasil? A maior parte está inserida nas classes média baixa e baixa. A classe média brasileira, ao contrário do que ocorre em boa parte do planeta, é extremamente conservadora, leitora de revistas de direita. Então, um jornalão de esquerda tem que ser voltado, necessariamente, às classes mais baixas. E essas não têm jornal que as atenda, exceto aqueles distribuídos gratuitamente no metrô ou nas esquinas.

A esquerda brasileira é diferente do restante dos países. Enquanto na europa boa parte dos grandes jornais são de esquerda, como o Le Monde Diplomatique e o El Pais, no Brasil só há grande circulação para os veículos de direita. O motivo disso? É que a classe média, grande consumidora de jornais, é majoritariamente de direita no Brasil.

Se não houver investimento em um jornalismo pensado e feito para as classes populares, nunca teremos uma esquerda efetivamente forte e com voz atuante. Serão um ou outro intelectual, representantes da esquerda, que serão a voz ativa, mas a massa continuará sem ser cidadã e sem ter uma imprensa que a represente.

É possível, sim, ter um jornalão de esquerda. É possível, sim, esse jornalão ser lucrativo, bastando ver o quanto essas classes populares consomem. O que falta é coragem para alguns endinheirados da esquerda montarem um jornal e colocarem-no à disposição dos interesses nacionais e das classes menos favorecidas. Falta vontade, inclusive de parte da esquerda. Como disse, a nossa esquerda é diferente de qualquer outra esquerda, infelizmente.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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