terça-feira, 7 de dezembro de 2010

SABEDORIA, ALMA HUMANA, INFINITUDE E TEMPO

Muito se fala em sabedoria e que ela é adquirida com muita leitura e estudo. Eu sempre contestei isso. Para mim essa afirmação, se não é elitista, reflete muita ingenuidade.

A sabedoria não advém simplesmente do estudo. É óbvio que muitos estudiosos podem tornar-se sábios. Mas nem todos os sábios tiveram oportunidade de sentar nos bancos de universidades.

Afinal, quem os filólogos consideram sábio? No dicionário Aurélio há a definição de que é aquele que sabe muito, erudito, que tem profundos conhecimentos numa dada matéria,sensato, prudente. Aí eu me pergunto, porque têm tantas pessoas que leem e têm dificuldade de compreender o mundo? Porquê algumas pessoas se apegam tanto a conceitos e matérias e se esquecem de enxergar aquilo que é o simples, o óbvio e que simplesmente foge do convencional? Então me vem a seguinte indagação: o sábio é o que estuda e não vê ou aquele - humilde ou estudioso - que enxerga? Não tenho dúvida em afirmar que é o segundo, aquele que vê.

O sábio é capaz de ver simplicidade. O esforçado pode estudar, estudar, pensar e não ser capaz de ver a simplicidade das coisas, por falta de sensatez.

Não quero dizer que sábio é aquele que não reflete e nada sabe, desconhece por completo, sendo incapaz de enxergar o todo, muito ao contrário. Para mim, sábio é aquele que é capaz de enxergar algo aparentemente complexo com uma capacidade de decodificação enorme. É aquele que simplifica por conhecer o todo ou quase. É aquele que sabe da vida, enxerga a alma, compreende o ser humano. Sábio, então, ao menos no meu ponto de vista, é o erudito conhecedor da alma humana. E erudito não necessariamente precisa ter diplomas ou título de doutor, é o que vê além da média.

É, para ser sábio não é necessário ser elitista. Para ser sábio é necessário, primeiro, saber que qualquer discriminação ou rótulo nada mais esconde que o medo da superação, uma fragilidade escondida sob a arrogância. Não que eu seja sábio, mas estou aprendendo a enxergar no que é complexo algo óbvio, graças à dedução.

E não se diga que qualquer dedução é reflexo de sabedoria, pois não é. Quanto mais se sabe do mundo e do ser humano, maior é a capacidade de deduzir com acerto. Há várias possibilidades, mas a dedução parece soar adequada, como se fosse algo verdadeiramente intuitivo. Porém, quanto menos se sabe, mais fácil é apontar deduções rápidas, frágeis e erradas.

Quanto mais conhecemos a amplitude do universo e das possibilidades humanas, aumentamos a chance de acertarmos nossos processos dedutivos. Porém, quanto mais nos limitamos a paradigmas, conceitos e dogmas, embora pareçamos intelectuais num primeiro momento, incorremos na mais completa inverdade que o tempo se incumbirá de demonstrar.

Sábio, então, é aquele que foge do tempo e se aproxima do infinito? Nunca havia pensado nisso. Pode ser! Eureca! E você, o que acha?

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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