Há quem veja espiritualidade em tudo, enquanto outros veem mera coincidência, e nada mais.
Mas a espiritualidade tem algo a ver com a política e essa com aquela?
O momento mais negro da espiritualidade foi a idade média. Certo? Depende de como se olha. Foi por volta dos anos 1000 que a filosofia reapareceu no continente Europeu, graças aos muçulmanos de Córdoba, Espanha, que reuniam judeus e cristãos (católicos) e, assim, com os maiores pensadores daquela época, promoveram avanços que levaria a humanidade a outro patamar séculos depois.
O lado espiritualizado, de compreensão e de respeito ao outro, no meio das cruzadas que ocorriam em paralelo, fazia surgir uma esperança ao mundo àquela época cinzenta.
Mas e a espiritualidade e o Brasil? O Brasil não é a pátria do Evangelho? Seriamos todos iluminados ou seriamos todos seres que necessitam de evolução, em meio aos séculos de escravidão, matança de povos indígenas, e fome e miséria de um povo em um país que exporta alimentos cada vez mais e que é conhecido como o celeiro do mundo?
O Brasil viveu e vive injustiças. Escravizou africanos, assassinou populações indígenas e é indiferente à miséria e fome de milhões de nacionais, mas até quando? Hoje, além dessa mácula do passado, vivenciamos o radicalismo, a fome, a inflação, a carestia, o aumento do número de pessoas em situação de rua. É isso o que queremos ou podemos mudar? E como mudar?
O Brasil merece um segundo mandato de Bolsonaro ou um segundo turno entre Lula e Bolsonaro, com essas forças políticas antagônicas e que se retroalimentam ainda ditando o rumo do Brasil?
Particularmente, prefiro amplamente Lula a Bolsonaro, mas sei da possibilidade de que um governo do PT possa sofrer manifestações diuturnas da extrema direita, boicotes de parte do empresariado atrasado e ações armadas de milicianos. Lula é hábil politicamente e eficiente em políticas sociais, mas será que conseguirá governar com a tranquilidade que teve nos seus dois mandatos anteriores? Me parece que não.
Por outro lado, um político que tenta mais uma vez a presidência se coloca no jogo e está em terceiro lugar, com dois dígitos, Ciro Gomes. Ele tem fama de explosivo, e não é pra menos. Com tanta gente cara de pau no mundo empresarial, político e dos meios de comunicação, tem uma hora que a paciência esgota, e Ciro está certíssimo. É transparente e fala o que realmente pensa, inclusive no meio político. Porém, é respeitador do papel da imprensa, da democracia e da relevância da boa política. Ele foi um bom administrador e soube concretizar ações importantes para o Ceará e para o Brasil, incluindo aí o combate à inflação, o caminho sedimentado para uma educação exemplar e ações para minimizar os dramas da seca. Ciro é experiente, articulado e tem boas relações com políticos da direita e da esquerda.
Meses atrás, Cabo Daciolo diz ter tido uma revelação, o de que Ciro seria o nome dos Céus para mudar o Brasil.
Mas o que significa a pré candidatura de Ciro Gomes? Vamos refletir.
Ciro Gomes significa a possibilidade de reconciliação entre os vários polos da política brasileira, o de governança, o de combate à inflação, o de combate à miséria, o de erradicação da fome, o da criação de empregos, o da educação efetiva e de qualidade, o de reindustrialização, o de pavimentação para sermos uma potência em diversas áreas da tecnologia. Significa, enfim, esperança de que o país sobreviva ao desgaste pelo qual vem passando, e que dê um futuro saudável aos nossos filhos e netos.
Lula, por mais que seja hábil e tenha preocupação social, enfrentará sérias adversidades, principalmente a oposição bolsonarista radical, além da desconfiança de parte da população. Bolsonaro, por outro lado, põe em risco não só a democracia, mas a soberania nacional, o desenvolvimento econômico, o emprego e a sobrevivência e dignidade de parte significativa da população. O seu governo e suas ações demonstram que ele não ambiciona de forma prioritária o bem do país e do seu povo, mas o poder, custe o que custar. Tudo para ele é guerra política. E os contrapesos criados pela Constituição, como o Poder Legislativo e o Judiciário, na visão maniqueísta de Bolsonaro, têm que ser corrompidos ou se tornam, então, inimigos a serem combatidos e eliminados. O seu desejo de poder é claramente ditatorial.
Ciro Gomes é a saída que temos desse Brasil manchado pela radicalização e retrocesso, com possibilidade de união no que for possível e de combate aos excessos, mas dentro da lei e da ordem Constitucional. É a possibilidade de harmonização da política.
Ciro Gomes é um homem que tem suas virtudes e seus defeitos. Não é Santo, nem mito. É humano, mas hábil na arte de governar e administrar, eficiente nos resultados administrativos e que conhece o Brasil como poucos, além de ser o único que tem um programa amplo para o país.
Racionalmente, Ciro Gomes é o melhor candidato. Se é escolhido por Deus, não sei, mas espero que as esferas superiores o protejam, para que possa trilhar com sabedoria a campanha, disputando-a e, se for do agrado dos eleitores, que a vença. Caso vença, que os Céus permitam que o Ciro Gomes faça o melhor governo que o Brasil poderia ter, criando oportunidades a todos, com Justiça e amor pelo Brasil.
Precisamos de mais amor pelo Brasil e o seu povo, e nisso talvez os Céus possam intervir, para que possamos voltar a dar bons exemplos ao mundo, como é esperado de nós há bastante tempo!
Espiritualmente, espero que o bem vença o mal e que o Brasil retome os trilhos do seu destino! Racionalmente, torço para que um líder democrata vença as eleições brasileiras e possa dar aos brasileiros condições de evolução material, intelectual e espiritual.
Espero, assim, que o amoroso Cabo Daciolo tenha profetizado com sua luz interior o destino brasileiro, para o bem do nosso sofrido Brasil!