O fim do "estado de emergência" anunciado por Queiroga pode colocar o Brasil em estado de vulnerabilidade perante a pandemia do covid-19.
Enquanto países na Europa e Ásia sofrem com o aumento dos casos de covid-19, enquanto surgem novos subtipos de covid-19 em várias partes do planeta e enquanto temos mais de 100 mortes diárias pela covid-19 só no Brasil, o governo entendeu por bem decretar o fim do estado de emergência, como se o combate a essa pandemia não exigisse prioridade.
A imprevisibilidade do vírus é o que mais assusta as autoridades médicas no mundo afora, sendo extremamente precipitada e inoportuna a declaração do Ministro da Saúde do Brasil, criticada por autoridades sanitárias no mundo afora e por secretários de Estado da saúde aqui no Brasil.
Visando agradar ao Bolsonaro, o Ministro da Saúde, de forma abrupta e apressada, anunciou que o Brasil saiu do estado de emergência. Porém, isso não significa o fim da pandemia, o que só pode ser decretado pela OMS - Organização Mundial de Saúde, já que diz respeito ao mundo inteiro.
O fim do estado de emergência terá reflexo no uso emergencial de vacinas e medicamentos contra a covid-19 sem registro definitivo na Anvisa, como a coronavac, nas licitações e contratações para ações de saúde e até no financiamento de ações contra a pandemia.
Embora ninguém tenha dito de forma clara, a ação do governo federal é demagógica e politiqueira, visando passar a falsa impressão de uma tranquilidade ao povo brasileiro em um momento que ainda exige cuidado e precaução perante um vírus que já matou 6,4 milhões de pessoas ao redor do mundo, pouco mais de 10% delas só aqui no Brasil.
O Brasil e o seu povo continuam sendo as maiores vítimas dessa pandemia!
O governo deveria ser sério e preciso no combate a esse vírus e não enfraquecer as ações de combate e de precaução. O fim das quarentenas e da exigência de testes para quem entra no país poderá ser um grande risco a todos nós brasileiros, justo em um momento em que os casos se alastram como nunca na China e em alguns outros países da Ásia e Europa.
Atrás de simpatia popular, o candidato à reeleição Bolsonaro poderá sofrer um revés se em dois ou três meses os casos de contágio e óbito voltarem a aumentar no Brasil.
Independentemente da política, o que assusta é o descaso, despreparo e falta de empatia do governo federal pelas vítimas efetivas e potenciais vítimas da covid.