As guerras são parecidas, com suas destruições, dores e migrações forçadas. Porém, não são iguais.
Há diversas guerras ocorrendo no mundo nesse instante, na África e no Oriente Médio, mas uma, em especial, chama a atenção, a da Ucrânia, por qual motivo?
A guerra na Ucrânia chama especial atenção por dois motivos especiais, vejamos. O primeiro é que ocorre em solo europeu, acostumado a provocar guerras em outros continentes, mas não em seu solo. Foi lá na Europa, também, que tiveram início as duas grandes guerras mundiais. O segundo motivo preocupante é que envolve, ainda que indiretamente uma delas, as duas maiores potências militares do planeta, Estados Unidos e Rússia, também detentoras dos maiores arsenais nucleares do globo. Além disso, a guerra envolve a beligerante OTAN, maior e mais armado bloco militar do mundo.
Lembro que todas as guerras, todas elas, causam mortes, dores e sofrimentos, com migrações massivas de humanos, e essa na Ucrânia não é diferente.
Por envolver interesses das grandes potências, essa guerra causa maior apreensão e medo de que ocasione um confronto de maiores proporções, inclusive com o perigosíssimo uso de armamento atômico.
A Rússia tem os seus motivos: perseguição da extrema direita ucraniana à população de origem russa, existência de grupos neonazistas no exército ucraniano e o principal deles: colocação de mísseis e ogivas nucleares pela expansionista OTAN em solo ucraniano, que poderia exterminar o que se conhece por Rússia em apenas alguns poucos minutos. A Ucrânia não participar do grupo militar OTAN é questão sagrada e vital para a defesa russa.
Por outro lado, os países do leste europeu, que participaram da chamada cortina de ferro, bloco armamentista comunista, no período soviético, têm receio das pretensões expansionistas russas.
A OTAN, com a pressão dos Estados Unidos, cede armas à Ucrânia, numa quase declaração de guerra à Rússia. Por outro lado, os Estados Unidos e a OTAN aplicam fortes sanções à Rússia, que já repercutem em todo o globo, afetando a economia de todos os países e com sério risco de ocasionar uma forte recessão global.
A China, receosa das ações dos Estados Unidos e do bloco militar OTAN, a ele aliado, atua com calma e diplomacia, sem afetar os interesses do seu parceiro econômico, a Rússia.
As outras guerras, sejam, em especial, a da Síria e a do Iemen, envolvem interesses econômicos e geopolíticos da Rússia, Estados Unidos e países Europeus, mas estão mais distante de suas fronteiras. A da Ucrânia, em especial para essas grandes potências, é mais preocupante.
Enquanto isso, morrem milhares de civis diariamente nessas guerras espalhadas pelo globo, incluindo aí a da Ucrânia. A pacificação deveria ser a prioridade, com abertura imediata de negociações. No entanto, as indústrias bélicas e a visão beligerante dos governos ocidentais têm priorizado armar a Ucrânia, mesmo sabendo que ela não tem chances de vencer essa guerra. Essas nações que armam a Ucrânia, além de ganhar dinheiro para as suas indústrias bélicas, querem causar exaustão militar e econômica à Rússia. A paz, para os estadunidenses e europeus, infelizmente, não é a prioridade.
Há Nações europeias que estão preocupadas com o que a continuidade da guerra irá causar, seja no aspecto econômico, com a ampliação da recessão econômica, seja no aspecto humanitário, com o possível aumento do número de refugiados ucranianos para a casa dos 5 milhões.
A paz, que deveria ser o fim de todas as Nações que estão próximas do sítio da guerra, parece não ser a prioridade, ainda, nesse momento.
Dando exemplo ao mundo, as partes em guerra no Iemen decretaram um cessar fogo por 2 meses. Isso, e apenas isso é capaz de proteger os civis. Que as Nações econômica e militarmente mais poderosas aprendam com os pequenos países: a morte de civis não interessa e não deveria interessar a nenhum país.