Por Luiz Bernardo Pericás
O sapo Gonzalo em: Viajante espacial
Muito tempo atrás, num brejo perdido em algum lugar da Argentina, o sapucho Gonzalo, ainda um caçotinho ingênuo e pueril, olhava todas as noites para o céu e sonhava com as estrelas. Naquela época, ele lia as edições amareladas da Amazing Stories, emprestadas por seu tio, que colecionava a revista desde o final da década de vinte; acompanhava regularmente as aventuras de Buck Rogers e Flash Gordon, em belos álbuns encadernados de quadrinhos desenhados em nanquim; e devorava todos os livros de Ray Bradbury que chegavam às livrarias. Alex Raymond e Stan Lee eram seus ídolos de então. Ele fantasiava com uma viagem espacial e imaginava como seriam os planetas e asteróides vistos de perto, a imensidão negra repleta de astros cintilantes, de cometas e poeira cósmica.
Alguns anos mais tarde, iria se encontrar frequentemente nos boliches boêmios da capital e das províncias com seu amigo de infância, o Eternauta, para sorver o vinho tinto de Mendoza que tanto apreciava e falar dos anseios e aflições da juventude. Os dois conversavam por horas sobre o colega Surfista Prateado, aquele trotamundos intergaláctico sempre, sempre solitário, que passava a vida cruzando o universo na sua longboard, vez ou outra se desviando, com agilidade, de meteoros e nebulosas… Por onde andaria naquele momento? Será que viria para a Terra em breve? Saudades do companheiro, que sumira de vista há uns bons anos…
Décadas atrás, o infinito parecia pronto a ser conquistado. Gonzalo se emocionou quando soube dos primeiros sapos no espaço. Isso foi em março de 1961, quando a União Soviética enviou alguns batráquios na Vostok 3A. Eram seus irmãos de sangue frio e pele esverdeada, uns anfíbios pequeninos e saltitantes como ele! Uns pioneiros!
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