Você pode não ter percebido, mas vivemos a era do sufocamento e da falta de ar.
Não é a toa que a ansiedade e a depressão, que nos fazem respirar de forma muito curta, são as doenças dos tempos atuais.
As faixas de carro apertadas, seja na rua ou nos estacionamentos, exigindo cada vez mais aperto e proporcionando menos espaço para a distração e a calma.
A vida corrida do trabalho, os whatsapp e os emails, tudo para ser resolvido instantaneamente também impõem uma respiração afoita, curta é insuficiente.
A falta de liberdade cada vez mais frequente no trabalho sufoca não só a criatividade, a visão crítica e a capacidade das pessoas, mas a própria expansão natural da inteligência.
Os preconceitos, os discursos fáceis, as fofocas disfarçadas de preocupação, também sufocam o espaço para a pessoa experimentar o seu ser.
A globalização e o neoliberalismo desse capitalismo decadente impõem o sufocamento do pequeno empreendedor, da garantia do emprego e da estabilidade minima necessária para a paz de espírito.
As criancas, com tantas atribuições e atividades impostas, também são sufocadas, com menos tempo para ser crianças e desenvolver a criatividade e uma autocrítica inicial.
Até o nosso planeta está sufocado com tanta poluição, tanto desmatamento, tanto lixo, tanta gente.
O resultado do sufocamento é o óbito. Óbito de cada ser humano e da própria humanidade.