Hoje completo 50 anos de existência. E em breve completarei apenas 10, mas explicarei a razão disso no dia certo.
Não sou o que há de mais novo, moderno, fashion e belo. Em muitas coisas posso estar ultrapassado, mas preservo em mim um pouco da ingenuidade infantil, a fé que as crianças têm em algumas pessoas, a sede de Justiça da juventude e o amor dos jovens pela vida. Isso me rejuvenesce e fortalece.
Ao mesmo tempo, me torno menos cabeludo, menos atlético, menos paciente, um pouco mais rabugento e chato, num claro sinal de que ultrapassei a linha divisória entre a beleza da doçura e o choque do amargo.
O que há para comemorar? A vida, a poesia escondida em cada detalhe, a arte que ela nos proporciona, a música que ressoa no nosso ouvido, as cores que vemos, a luz que nos guia, a projeção da sabedoria, a mera existência, nossa e de qualquer outro ser.
A vida é uma mágica, um segredo e intensa como o Universo. O oposto a isso é o ódio, o buraco negro que a própria ciência nos revela como o perigo que absorve toda a luz e anula a vida.
Os 50 anos nos servem para trazer um pouco de luz, um pouco mais de sabedoria para enxergar que a nossa vida e a própria civilização está indo em direção à destruição trazida pelo enorme buraco negro que cresce incessantemente. Somos uma verdadeira reprodução do drama do Universo.
E nesse Universo de vida e de buraco negro que vemos cada vez mais presente, comemoro a minha existência com a nossa coexistência. Essa é outra magia da vida, a interdependência sutil e infinita que revela a intensidade da vida!