quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

MORADORES DE RUA


Moradores de rua

 

Era uma pessoa muito desgraçada, não tinha teto, não tinha nada.

Não sabia dos seus direitos e ninguém ligava, Presidente, Governador e Prefeitos.

Ele não podia dormir de forma decente porque sua realidade era deprimente.

Ele não podia fazer pipi porque banheiro não tinha por ali.

Era um sem dinheiro no Brasil e vivia próximo de um enorme bueiro, nossa realidade mais vil

(Livre adaptação da letra da composição A CASA, de Toquinho e Vinícius de Moraes).

 

Iniciamos o texto com a livre adaptação da letra de uma conhecida música da MPB com o intuito de sensibilizar para a realidade desse grupo que, embora sempre silente, talvez seja o mais afetado pela exclusão da cidadania e da dignidade humana.

A insensibilidade de nossos políticos com esse grupo assusta e perturba.

Muitos dos prefeitos brasileiros nos apresentam um verdadeiro show de horrores. Muitos mandar jogar jatos de água para desalojar esse grupo de determinados espaços públicos. Outros os transportam forçosamente para fora dos limites do Município. Muitos optam por colocar gradis em praças ou parques, impedindo os moradores de rua de abrigar-se em tais locais. Outros criam bancos em que as pessoas possam tão somente sentar, afastando os moradores que se acostumavam a usá-los como pequenas camas. E todos, sem exceção, se recusam a construir banheiros públicos, impedindo esse grupo de utilizar o rascunho de um esboço do que uma dignidade minimamente ridícula exigiria.

Por outro lado, há os pequenos anjos refletidos em muitos populares que ainda se comovem com o abandono alheio e praticam ações pontuais, doando sopa, cestas básicas e roupas velhas aos moradores de rua, amenizando um pouco a imensa tortura da vida desse grupo excluído.

Não bastasse a crueldade a que são submetidos, a realidade familiar dos integrantes desse grupo assusta. Quase sempre o morador de rua mora só, desacompanhado de outros membros familiares. Muitas vezes foi expulso de casa ou, sem saída, optou por viver só.

Os moradores de rua rotineiramente dormem sobre o chão gélido, separado por folhas mínimas de jornais ou uma fina folha de papelão. Os outros papelões, no tom adjetivo, são reservados à inércia da sociedade e à hipocrisia dos nossos políticos.

Hoje, há diversos grupos que habitam as ruas. Muitos dependentes de substâncias químicas, muitas pessoas sem recursos financeiros e carentes de vínculos familiares e também muitos portadores de problemas psiquiátricos.

Normalmente essas pessoas fogem de casa ou são expulsas de seus lares por familiares que não suportam todo o desgaste causado pela realidade.

Normalmente um amigo o acompanha, um vira-lata sempre fiel, e só. Por aí se percebe que a humanidade parece excluir esse grupo, privado de direitos, de fala, de cidadania e de qualquer direito humano.

Caberia às três esferas de governo atuar para dar dignidade a estas pessoas, consoante o disposto no art. 1º, III, da Constituição Federal.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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