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Enquanto o ocidente e uma parte
ou totalidade dos países árabes não se unirem para acabar, de vez, com o
radicalismo representado pelo Estado Islâmico, parte do mundo, inclusive
ocidental, estará em perigo. E isso os incentivadores dos extremistas não
conseguiu perceber o risco em potencial.
As maiores vítimas imediatas do EI
são os próprios islâmicos e as minorias residentes nos países atingidos pelo
radicalismo do grupo, seja no Iraque, na Síria, no Egito, na Tunísia ou em
outro canto qualquer do globo. Crianças são assassinadas, prostituídas ou são
compelidas a trabalhar ou tornarem-se militantes armados. Sítios arqueológicos
milenares são destruídos. Estrangeiros e minorias são degoladas, queimadas vivas, assassinadas das formas mais crueis. Grupos étnicos que guardam segredos religiosos
ocultos são perseguidos. E assim caminha a humanidade naquela área que foi o
berço da civilização.
Os atentados do grupo já atingiram
a Austrália e a França e há riscos de expansão a outros países, incluindo aí a
América do Sul. O risco do radicalismo chegar perto de nós não está tão distante,
ainda mais se formos observar que as Olimpíadas de 2016 serão no Rio de
Janeiro. O governo brasileiro já foi alertado pelos serviços de inteligência da
Europa e os nossos militares e agentes de segurança estão redobrando os
cuidados com a segurança.
O Ei não apenas pode expandir o
radicalismo aos países árabes, mas também aos países onde há minoria muçulmana
reprimida pelos governos centrais, como Índia, Rússia e China, coincidentemente
membros dos BRICs.
O EI, também coincidentemente,
atacou inicialmente países onde há grupos xiitas fortes.
Daí a pergunta, qual o motivo
disso? Atingir os BRICs e o Irã, o país com o maior número de xiitas? A quem interessa esse radicalismo que está
redesenhando o mapa geopolítico do Oriente Médio, do Norte da África e até da
África subsaariana e de parte da Ásia?
A Arábia Saudita tornou-se um
expoente no horizonte e ingressou militarmente no Iemen, após um breve
ingresso, anos atrás, nos Emirados Árabes, para reprimir manifestações da
minoria xiita. Hoje, devido a boicotes econômicos, o Irã e a Rússia, maiores
opositores do EI na região, por coincidência, ou não, estão se enfraquecendo
militar e economicamente.
Os xiitas se uniram, com o apoio
do Irã, para barrar a Al Qaeda e o EI no Iemen, mas a Arábia Saudita viu nisso
um risco à sua hegemonia na região. A
mesma Arábia Saudita que, ao lado de outros países do golfo, é acusada de ter
financiado a formação desse grupo extremista que estarreceu o mundo inteiro com
as suas execuções e demais barbáries. E é a Arábia Saudita que é acusada de ter baixado o preço do petróleo, prejudicando, dentre outros países, a Rússia e o Irã, grandes produtores e exportadores do óleo negro.
Se formos sérios, exigiremos de
todos os países que ajam militarmente contra o EI, pela defesa não só dos
valores do Ocidente, mas também das minorias e de todos os residentes nos
países diretamente atingidos pela intervenção militar desse grupo extremista
que já vem se aliando a outros terroristas da região.
Ademais, tenho para mim que as
tratativas dos Estados Unidos com o Irã, a respeito do programa nuclear daquele
país, são um verdadeiro engodo. Visam apenas fazer com que o Irã acredite numa
solução amigável, enquanto se prepara o seu esgotamento militar, país que já atua informalmente na Síria e de forma
declarada no Iraque, contra o EI.