terça-feira, 20 de maio de 2014

DESABAFO DE UM BRASILEIRO

I - COPA

A Copa do Mundo se avizinha (falta menos de 1 mês para começar) e  boa parte dos brasileiros resolveu rebelar-se. Há manifestações em todos os cantos do país contra os gastos feitos pelos governos.
Concordo que o custo foi excessivo e que o Brasil poderia negociar com a FIFA a realização de uma Copa mais modesta. E também concordo que o dinheiro que investimos inutilmente na construção dos estádios poderia reverter para a melhoria da educação dos níveis fundamentais.
Mas, o fato é que agora, faltando menos de um mês para o chute inicial, temos que realizar a Copa, receber bem os turistas, levar a eles muito da nossa cultura e fazer bonito no futebol. Os turistas não têm culpa dos nossos erros e devemos recebê-los cordialmente, como normalmente os brasileiros são recebidos em todos os cantos do planeta.
É óbvio que após o término desse campeonato repleto de luxo deveremos exigir dos governantes, sejam prefeitos, governadores ou presidenta, que apresentem os gastos discriminados, de forma a evitar que as construtoras e os cartéis de sempre, como de hábito, mais uma vez saiam de bolsos mais cheios do que deveriam, assim como agentes políticos ou públicos. Devemos estar atentos e exigir fiscalização, e se houve erros ou corrupção, os envolvidos deverão ser punidos e o dinheiro devolvido aos cofres públicos.

II – CAMPANHA DIFAMATÓRIA CONTRA A REPRESENTANTE DO PAÍS

Não sou petista, embora me julgue ser de centro-esquerda, mas não suporto o machismo escondido por trás da campanha difamatória da presidenta (ou presidente), como você preferir se referir à Dilma Roussef.
Ela pode ter errado na condução de uma ou outra política pública, mas é uma mulher reconhecidamente séria e bem intencionada.
Nem Sarney, Collor, Fernando Henrique ou Lula foram tão achincalhados. Será que é por que ela é mulher? Dilma é agredida constantemente, e, queiramos ou não, o Brasil encontra-se com menos desemprego que em outras épocas e com algumas conquistas sociais importantes. É fato que o nosso país não cresceu como esperávamos, não investiu na educação, tecnologia, infraestrutura e na saúde na forma e na intensidade que deveria, mas isso não permite que tratemos a presidente ou presidenta como se não fosse uma autoridade que representa o nosso País e o povo.
Manifestações podem ter o condão de mudar o país, mas para isso é necessário que elas sejam sérias, e não meramente difamatórias. Falta à classe média e à classe alta a atração que os jovens e as classes menos favorecidas sentem pelas ruas. Entendo que falta aos desrespeitosos a seriedade necessária para que o inconformismo proposto seja reconhecido como manifestação ou reivindicação.

III – A TENTATIVA DE DIVIDIR O PAÍS ENTRE DOIS PARTIDOS

Não me conformo com a tentativa de muitos de dividir o País como se só existissem dois partidos políticos, que se perpetuam nos governos federal e de alguns estados.
O consenso fático é que os dois partidos são acusados de corrupção e decepcionaram a população em maior ou menor grau, conforme a orientação política de cada um.
Embora a mídia ataque mais de perto aquele simbolizado pela estrela vermelha, o fato é que ele não é o único partido em que certos integrantes praticaram a corrupção. Está certo que o Partido adotou um sistema que já vinha ocorrendo também no governo do outro partido e que, infelizmente, ainda é comum no País do toma lá dá cá. Há uma sucessão de erros envolvendo esses dois partidos. Enquanto um se diz de direita e o outro de esquerda, o país caminha sem enxergar outras possibilidades que existem.
O governo federal atual adotou algumas políticas sociais, mas não fez uma administração propriamente dita de esquerda. Favoreceu grandes grupos nacionais e os banqueiros e oligarquias tradicionais, como fazia de forma assemelhada o governo do outro partido, quando ocupava o governo federal.
Mas nem tudo é semelhança. Há diferenças substanciais. Enquanto um é mais nacionalista e preocupado com algumas políticas sociais, o outro preocupa-se mais com questões financeiras e de orçamento.
E aproveitando-se disso, a extrema direita e a esquerda também radical fomentam o racha político no País, como se só existissem esses dois partidos. E existem outras figuras sérias em destaque nos cenários nacional e estaduais.

IV – DA NECESSIDADE DE ALTERNATIVA

Não dá mais para viver em um País dividido, onde alguns só sabem falar mal da presidenta, enquanto outros só sabem defendê-la, como se houvesse apenas duas referências, o que tem feito mal à democracia e à própria política.
Não. O Brasil é mais que isso. O Brasil precisa crescer. Precisa voltar a ser uma potência regional e que, como nos anos 50 e início dos 60, propicie uma boa educação, uma boa saúde e invista pesado no crescimento da indústria nacional e do conhecimento tecnológico. O rico precisa investir aqui dentro de forma a criar emprego, fomentar o conhecimento e propiciar as condições dignas de trabalho. Dessa forma o País como um todo crescerá e a população poderá ter mais dignidade.
São Paulo também precisa movimentar-se e sair do marasmo. Precisa investir mais fortemente na educação e agir com inteligência e eficiência na segurança pública. Há muito o que mudar. A advocacia pública também precisa ser mais propositiva e orientar de forma prévia e eficaz a administração, com coragem, ousadia e sem medo.
São Paulo e o País têm alternativas para crescer e sair dessa sensação de retrocesso.
Somente uma terceira via será capaz de minar essa tentativa de divisão, que está levando o País e os brasileiros a uma sensação de paralisia em todos os campos da vida pública e privada.
Há alternativas sérias para o desenvolvimento do País e para o progresso dos Estados. Basta estarmos atentos e enxergarmos sem a maquiagem própria da manipulação de alguns meios que divulgam mais boatos e chantagens que informação séria e confiável.
O Brasil e São Paulo não podem permanecer estagnados, muito graças a essa visão deturpada de divisão política que favorece sempre os mesmos, não permitindo novas ideias e novas propostas.
O Brasil e São Paulo devem e precisam urgentemente crescer, caminhar e ousar.

Para que saiam do marasmo eles dependem de nós e do nosso voto. Façamos a nossa parte como cidadãos. São Paulo e o Brasil dependem disso.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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