I - COPA
A Copa do Mundo se avizinha
(falta menos de 1 mês para começar) e boa parte dos brasileiros resolveu rebelar-se.
Há manifestações em todos os cantos do país contra os gastos feitos pelos
governos.
Concordo que o custo foi
excessivo e que o Brasil poderia negociar com a FIFA a realização de uma Copa
mais modesta. E também concordo que o dinheiro que investimos inutilmente na
construção dos estádios poderia reverter para a melhoria da educação dos níveis
fundamentais.
Mas, o fato é que agora, faltando
menos de um mês para o chute inicial, temos que realizar a Copa, receber bem os
turistas, levar a eles muito da nossa cultura e fazer bonito no futebol. Os
turistas não têm culpa dos nossos erros e devemos recebê-los cordialmente, como
normalmente os brasileiros são recebidos em todos os cantos do planeta.
É óbvio que após o término desse
campeonato repleto de luxo deveremos exigir dos governantes, sejam prefeitos,
governadores ou presidenta, que apresentem os gastos discriminados, de forma a
evitar que as construtoras e os cartéis de sempre, como de hábito, mais uma vez
saiam de bolsos mais cheios do que deveriam, assim como agentes políticos ou
públicos. Devemos estar atentos e exigir fiscalização, e se houve erros ou
corrupção, os envolvidos deverão ser punidos e o dinheiro devolvido aos cofres
públicos.
II – CAMPANHA DIFAMATÓRIA CONTRA A REPRESENTANTE DO PAÍS
Não sou petista, embora me julgue
ser de centro-esquerda, mas não suporto o machismo escondido por trás da
campanha difamatória da presidenta (ou presidente), como você preferir se
referir à Dilma Roussef.
Ela pode ter errado na condução
de uma ou outra política pública, mas é uma mulher reconhecidamente séria e bem
intencionada.
Nem Sarney, Collor, Fernando
Henrique ou Lula foram tão achincalhados. Será que é por que ela é mulher? Dilma
é agredida constantemente, e, queiramos ou não, o Brasil encontra-se com menos
desemprego que em outras épocas e com algumas conquistas sociais importantes. É
fato que o nosso país não cresceu como esperávamos, não investiu na educação,
tecnologia, infraestrutura e na saúde na forma e na intensidade que deveria,
mas isso não permite que tratemos a presidente ou presidenta como se não fosse uma
autoridade que representa o nosso País e o povo.
Manifestações podem ter o condão
de mudar o país, mas para isso é necessário que elas sejam sérias, e não
meramente difamatórias. Falta à classe média e à classe alta a atração que os
jovens e as classes menos favorecidas sentem pelas ruas. Entendo que falta aos
desrespeitosos a seriedade necessária para que o inconformismo proposto seja
reconhecido como manifestação ou reivindicação.
III – A TENTATIVA DE DIVIDIR O PAÍS
ENTRE DOIS PARTIDOS
Não me conformo com a tentativa
de muitos de dividir o País como se só existissem dois partidos políticos, que
se perpetuam nos governos federal e de alguns estados.
O consenso fático é que os dois
partidos são acusados de corrupção e decepcionaram a população em maior ou
menor grau, conforme a orientação política de cada um.
Embora a mídia ataque mais de
perto aquele simbolizado pela estrela vermelha, o fato é que ele não é o único partido
em que certos integrantes praticaram a corrupção. Está certo que o Partido adotou
um sistema que já vinha ocorrendo também no governo do outro partido e que,
infelizmente, ainda é comum no País do toma lá dá cá. Há uma sucessão de erros
envolvendo esses dois partidos. Enquanto um se diz de direita e o outro de
esquerda, o país caminha sem enxergar outras possibilidades que existem.
O governo federal atual adotou
algumas políticas sociais, mas não fez uma administração propriamente dita de
esquerda. Favoreceu grandes grupos nacionais e os banqueiros e oligarquias
tradicionais, como fazia de forma assemelhada o governo do outro partido,
quando ocupava o governo federal.
Mas nem tudo é semelhança. Há
diferenças substanciais. Enquanto um é mais nacionalista e preocupado com
algumas políticas sociais, o outro preocupa-se mais com questões financeiras e
de orçamento.
E aproveitando-se disso, a
extrema direita e a esquerda também radical fomentam o racha político no País,
como se só existissem esses dois partidos. E existem outras figuras sérias em
destaque nos cenários nacional e estaduais.
IV – DA NECESSIDADE DE ALTERNATIVA
Não dá mais para viver em um País
dividido, onde alguns só sabem falar mal da presidenta, enquanto outros só
sabem defendê-la, como se houvesse apenas duas referências, o que tem feito mal
à democracia e à própria política.
Não. O Brasil é mais que isso. O
Brasil precisa crescer. Precisa voltar a ser uma potência regional e que, como
nos anos 50 e início dos 60, propicie uma boa educação, uma boa saúde e invista
pesado no crescimento da indústria nacional e do conhecimento tecnológico. O
rico precisa investir aqui dentro de forma a criar emprego, fomentar o
conhecimento e propiciar as condições dignas de trabalho. Dessa forma o País
como um todo crescerá e a população poderá ter mais dignidade.
São Paulo também precisa movimentar-se
e sair do marasmo. Precisa investir mais fortemente na educação e agir com
inteligência e eficiência na segurança pública. Há muito o que mudar. A
advocacia pública também precisa ser mais propositiva e orientar de forma
prévia e eficaz a administração, com coragem, ousadia e sem medo.
São Paulo e o País têm
alternativas para crescer e sair dessa sensação de retrocesso.
Somente uma terceira via será
capaz de minar essa tentativa de divisão, que está levando o País e os
brasileiros a uma sensação de paralisia em todos os campos da vida pública e
privada.
Há alternativas sérias para o
desenvolvimento do País e para o progresso dos Estados. Basta estarmos atentos
e enxergarmos sem a maquiagem própria da manipulação de alguns meios que
divulgam mais boatos e chantagens que informação séria e confiável.
O Brasil e São Paulo não podem permanecer
estagnados, muito graças a essa visão deturpada de divisão política que
favorece sempre os mesmos, não permitindo novas ideias e novas propostas.
O Brasil e São Paulo devem e
precisam urgentemente crescer, caminhar e ousar.
Para que saiam do marasmo eles dependem
de nós e do nosso voto. Façamos a nossa parte como cidadãos. São Paulo e o
Brasil dependem disso.