terça-feira, 10 de março de 2009

INTELECTUAL CULPA O OCIDENTE PELA VIOLÊNCIA NO MUNDO

Esta matéria foi extraída da página ARABESQ
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Juergen Todenhoefer
Porque você mata, Zaid? É o título do livro escrito pelo ex-político e professor alemão de direito internacional, Juergen Todenhoefer, sobre a vida de um jovem iraquiano de 22 anos chamado Zaid que não desejava participar da guerra no Iraque.
O livro conta que o jovem iraquiano viveu 12 anos sofrendo das sanções econômicas americanas sobre o Iraque comandado por Sadam Hussein. Resultando na escassez de alimentos e remédios para a população iraquiana.
A devastação econômica do Iraque impedia as expectativas de que haveria uma guerra nesse país isolado. Mas em certo ponto, as bombas começaram a cair sobre a cidade de AL-Ramady.
Zaid e seus dois irmãos decidiram se dedicar aos estudos e não participar da resistência iraquiana. Após três anos, no verão de 2006, o irmão mais novo do Zaid foi assassinado pela manhã, por um atirador americano.


Zaid tinha outro irmão chamado Kareem de 19 anos. Ambos decidiram que, apesar do ocorrido, não fariam parte da luta da resistência iraquiana contra a ocupação americana, ao contrário da maioria de seus amigos.


No inverno de 2006 uma bomba caiu próxima da casa da família do Zaid que correu em pânico para se refugiar na casa do seu avô ha uma quadra de lá. Quando chegaram lembraram que haviam esquecido de apagar o aquecedor a base de querosene. O combustível é muito caro no Iraque, e o aquecedor é velho, pode acabar incendiando a casa. O irmão mais novo do Zaid decide retornar para desligar o aquecedor. Quando abriu a porta, zaid chamou seu irmão e pediu para que tenha cuidado.


Kareem consegue andar apenas trinta metros fora da residência antes de ser atingido e morrer por um tiro que partiu dos soldados americanos. Zaid tentou sair para socorrer o irmão, mas foi impedido pela família. O bombardeio foi prolongado naquele dia. Por horas, Zaid e sua família ficaram olhando Kareem sangrar na rua.


Só ao final da noite Zaid pôde retornar o corpo do seu irmão para sua casa e enterrá-lo na manhã do dia seguinte. Nesse momento Zaid decidiu lutar ao lado da resistência iraquiana contra a ocupação americana, para parar o assassinato do povo iraquiano.


Em entrevista ao canal alemão ZDF, o autor do livro, Juergen Todenhoefer, disse ter visitado diversas vezes o Iraque e visto de perto o sofrimento pelo qual passa o povo iraquiano.


“Eu lembro das residências destruídas e dos altos muros construídos na fronteira. Eu lembro das barreiras militares onde éramos revistados enquanto soldados apontavam armas pesadas contra o nosso carro. Eu lembro das famílias miseráveis e de um país em sofrimento. Mas antes disso lembro da mãe que contava a história do Zaid, e de um amigo dela perguntando: Quem no ocidente está pensando sobre esta mãe que perdeu seus filhos no Iraque?” relatou Jeurgen.


“Mais de 1 milhão de 200 mil iraquianos foram mortos após o início da guerra. Eu considero sarcástico o nosso discurso no ocidente sobre a violência do mundo islâmico. Agimos como se Zaid representasse a violência islâmica considerada, por nós, o principal problema do nosso tempo. Sobre isso quero apresentar dois fatos: Os terroristas da AL-Qaeda mataram 5000 civis ocidentais em 20 anos, as famílias dessas pessoas sofrem essas perdas trágicas, por isso não considero este [al-qaeda] um movimento de libertação ou resistência. Eles são assassinos. Mas o presidente americano não matou apenas 5000 civis no Iraque. Ele matou centenas de milhares. Eu não consigo aceitar a nossa arrogância quando dizemos que o problema do nosso tempo é a violência do mundo islâmico. A verdade é que o nosso problema são as invasões realizadas por alguns países ocidentais no Oriente Médio”.


ZDF: Então descriminamos o Islã?
Juergen Todenhoefer : “Há algumas declarações de autoridades ocidentais que carregam claro significado de racismo... Nós criamos uma grande mentira nas nossas vidas. A mentira de que somos os ‘mocinhos’. Nós não dominamos o mundo com o nosso magnífico jeito de pensar, ou os nossos magníficos valores, ou a nossa magnífica religião. Nós dominamos através do uso da violência sem misericórdia. Não são os muçulmanos quem dilaceraram 4 milhões de pessoas durante as cruzadas, ou mataram 50 milhões durante o colonialismo, ou 70 milhões durante a primeira e a segunda grande guerra, ou mataram 6 milhões de judeus. Todos esses crimes foram resultado de invasões realizadas por ocidentais”.
“só há 1000 combatentes da AL-qaeda no Iraque, enquanto tem 100 mil resistentes que não lutam contra civis, mas sim pela liberdade, contra a presença dos soldados americanos. Nós não vemos no ocidente a luta desses resistentes e nem as 100 operações militares americanas diárias no Iraque. O que vemos na TV são dois ou três ataques terroristas monstruosos realizados por membros da AL-qaeda. Só vemos isso porque o governo americano precisa desses ataques para justificar a guerra no Iraque. Nós não vemos a verdade.”


Com ZDF

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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