sexta-feira, 20 de junho de 2008

AS PRISÕES DURANTE O REGIME MILITAR

Recentemente pude ter o privilégio de conversar longamente com um ex-preso político; ex-presidente da Federação Nacional de Ferroviários, de 1959 a 1964; atual presidente do Fórum de ex-presos e ex-perseguidos políticos do Estado de São Paulo; e um dos fundadores da ALN - Ação de Libertação Nacional, em 1967, logo após ele e o Marighella saírem do Partido Comunista do Brasil, o Partidão. Diz que brigou com os líderes do antigo PCB porque sempre acreditou na necessidade de ensinar a teoria comunista aos trabalhadores, ideal abandonado pelos comunistas à época.
É um senhor simpático, curvado pelo tempo e cujos olhos azuis brilham ao falar sobre sua história e a de muitos companheiros. É daqueles que não perdeu o ideal e continua fiel ao socialismo. Acredite, já na casa dos 80 anos ele continua um militante político, mas das causas que crê serem de justiça, como do amplo acesso à educação e à saúde e outras causas que diz serem comunistas. Acha que a geração de adolescentes e de jovens é muito apolitizada e recomenda relembrarmos o nosso passado para repudiarmos qualquer tipo de regime totalitário que pretenda cercear a manifestação do pensamento e as liberdades ideológica e partidária.
São tantas as confissões e tantos os sonhos que criamos ao ouví-lo, que a fala torna-se um enredo de um bom livro.
A cada instante de conversa, uma surpresa. Na mesma cadeia em que permaneceu estavam membros de 27 diferentes organizações revolucionárias que aproveitaram a oportunidade para trocar informações. O regime fortalecia a resistência.
Eu creio que você não saiba, mas houve até um navio-cadeia ("Raul Soares") para os presos políticos. Algo horrendo, pois quem era detido imaginava que o seu destino poderia ser tão somente o alto mar.
São informações deste tipo que fazem de Raphael Martinelli um dos raros idealistas que não esqueceram dos sonhos de outros tempos, e é isso o que o torna especial.
Em breve, mais revelações.
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Cyro Saadeh é jornalista

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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