sábado, 2 de julho de 2022

DO JORNAL THE INTERCEPT: EUA USARAM PROGRAMA SECRETO PARA GUERRAS POR PROCURAÇÃO

imagem: The Intercept


Uma extensa matéria investigativa do Jornal The Intercept revela como o Pentágono utilizou um programa secreto para inúmeras guerras por procuração.

Os jornalistas Nick Turse e Alice Speri investigaram, coletaram documentos e ouviram testemunhas, dentre elas mais de doze funcionários do governo.

A matéria original você pode ler em inglês na página do jornal (clique aqui para ir à página) 

O programa secreto dos Estados Unidos chama-se 127e ou 127eco (127 echo).

A base desse programa de guerra se concentra nas pequenas equipes das forças de operações especiais.

Sabia-se da atuação dos Estados Unidos, por guerras por procuração, na África, mas agora, através de documentos obtidos através da Lei da Liberdade de Informação foi revelado que o Pentágono também atuou no Oriente Médio e na Ásia, através de, pelo menos, 14 programas 127e entre 2017 e 2020. Foram, no mínimo 23 programas da chamada guerra por procuração nesse período em todo o mundo.

O general aposentado Joseph Votel, que chefiou o Comando de Operações Especiais e o Comando Central, confirmou a existência de ações de contraterrorismo no Egito, Líbano, Síria e Iêmen. Outro oficial disse que também houve atuação no Iraque.

Documentos obtidos com exclusividade pelo Intercept revelam também atuação na Tunísia e inúmeros outros países africanos.

Documentos revelam que os Estados Unidos se utilizam de forças parceiras estrangeiras e também irregulares por todo o mundo.

Congressistas e altos funcionários do Departamento de Estado desconhecem essas ações.

“Através do programa 127-eco, os EUA armam, treinam e fornecem inteligência a forças estrangeiras. Mas, ao contrário dos programas tradicionais de assistência externa, que se destinam principalmente a construir capacidade local, os parceiros do 127e são então enviados em missões dirigidas pelos EUA, visando os inimigos dos EUA para atingir os objetivos dos EUA”, aponta o jornal.

Generais aposentados dizem que a vantagem dessas operações é a redução de riscos para as forças dos Estados Unidos.

Mas será que essas ações estão de acordo com a Constituição dos Estados Unidos? Críticos dizem que não, que representam uso ilegal da força, que há um risco de escalada militar e de envolvimento em vários conflitos ao mesmo tempo. Já os generais defendem essas ações, que chamam de “contraterrorismo”.

As origens do programa 127e estão no início da guerra dos EUA no Afeganistão, quando a CIA buscava apoiar a Aliança do Norte Afegã em sua luta contra o Talibã. 

O Congresso dos Estados Unidos concedeu ao Departamento de Defesa a permissão de que comandos dos EUA conduzissem operações à margem da guerra, com supervisão externa mínima.

O programa 127e atua basicamente no contraterrorismo, enquanto outras ações envolvem forças de elite – Navy SEALs, Army Green Berets e Marine Raiders – que conduzem operações clandestinas de inteligência e contra-inteligência ou de ajuda para forças estrangeiras em guerra irregular.

Segundo o general Richard D. Clarke, atual comandante de Operações Especiais, em testemunho perante o Congresso em 2019, os programas 127e “resultaram diretamente na captura ou morte de milhares de terroristas, interromperam redes e atividades terroristas e negaram aos terroristas espaço operacional em uma ampla gama de ambientes operacionais, por uma fração do custo de outros programas.”

Porém, o comando não tem números sobre os capturados ou mortos durante as missões 127-e, segundo um porta-voz do SOCOM, alto comando das Forças Armadas.

Documentos apontam que essas ações do programa 127e custaram US$ 310 milhões. Um valor baixo, perto dos gastos militares do país, mas alto, se comparado ao custo de um programa assemelhado de 2005.

No Líbano, o programa 127-e serviu para atacar redes afiliadas ao ISIS e à Al Qaeda.

No Egito, porém, houve prisões arbitrárias, desaparecimentos forçados, tortura e execuções extrajudiciais, inclusive contra civis, segundo várias organizações de direitos humanos.

A classificação de muitos documentos impede que a imprensa e até o próprio Congresso dos Estados Unidos e o Departamento de Estado tenham acesso a todas os relatórios oficiais.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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