domingo, 3 de julho de 2022

NOVA ORDEM: INTERVENÇÃO DO ESTADO NO SETOR DE ENERGIA

Foreign Affairs é uma revista estadunidense de relações internacionais e política externa. O nome da revista significa relações exteriores em português.

Abaixo apresento os principais pontos de um texto que os políticos brasileiros devem ler: A Nova Ordem Energética, e de como os governos transformarão os mercados de energia.

Cada vez mais haverá intervenção do Estado. Você não acredita? Veja o texto “A Nova Ordem Energética” publicado na conceituadíssima revista estadunidense de geopolítica “Foreign Affairs”.

O texto original você lê em https://www.foreignaffairs.com/articles/energy/2022-06-07/markets-new-energy-order

Por Jason Bordoff e Meghan L. O'Sullivan - julho/agosto de 2022

O mundo está em transformação, e uma das provas disso é que o neoliberalismo já deixou de ser o supra sumo da economia mundial.

Além de o petróleo já não ser mais o ouro negro de amanhã, já que o mundo busca reduzir as emissões de carbono, a segurança energética recomenda não depender de energia vinda de fora, considerando-se os altos preços dos combustíveis devido a guerra na Ucrânia.

 

A produção doméstica de energia e a cooperação regional serão as prioridades da vez. Isso implica numa certa desglobalização, com a intervenção dos Estados no setor de energia, numa escala nunca vista na memória recente.


Os países ocidentais, face aos riscos geopolíticos de energia, já veem a necessidade de participar dos processos de influência de onde as empresas privadas compram e vendem energia.

 

A atuação do Estado, desde que não seja excessiva, pode prevenir os piores efeitos das mudanças climáticas, mitigar muitos riscos de segurança energética e ajudar a gerenciar os maiores desafios geopolíticos da próxima transição energética.

 

Os articulistas dizem que as crises energéticas da década de 1970 se deveram ao exagero de intervenção dos governos. O microgerenciamento havido foi o grande erro.

 

Mesmo o governo liberal dos Estados Unidos fez diversas interferências no setor ao longo dos tempos.

Os articulistas esclarecem que a Rússia não é apenas o maior exportador mundial de petróleo e produtos refinados de petróleo, mas também o principal fornecedor de gás natural para a Europa e um grande exportador de carvão e urânio de baixo enriquecimento usado para alimentar usinas nucleares. Com os preços do carvão, gasolina, diesel, gás natural e outras commodities perto de recordes, novas interrupções no fornecimento de energia russo, iniciadas pela Rússia ou pela Europa, acelerariam a inflação, convidariam à recessão, demandariam racionamento de energia e forçariam o fechamento de negócios.

Os articulistas partem da premissa de que o setor privado não consegue, por si só, construir infraestrutura para a garantia energética dos países, que a construção da infraestrutura tornar-se-ia obsoleta antes das empresas terem o retorno sobre o investimento realizado e os custos para a redução de emissões em curto espaço de tempo são altos, sendo suportados, hoje, pela sociedade.

A Lituânia é o primeiro país europeu a não importar gás russo, e isso se deve ao investimento que o governo fez em um terminal flutuante de gás natural liquefeito, com operação de alto custo, há uma década. Mesmo com grande investimento, sem qualquer lucratividade, a Lituânia foi capaz de garantir a sua necessária segurança energética.

A Alemanha tenta copiar o exemplo lituano e investe em quatro terminais flutuantes de importação de gás natural liquefeito, mesmo que a um custo mais alto para empresas e consumidores.

Os Estados Unidos, há décadas adota a política de estocar petróleo através da chamada Reserva Estratégica de Petróleo. Ainda é uma boa ferramenta para a segurança energética.

O artigo aponta que minerais necessários para uma transição energética bem-sucedida, como lítio (Bolívia e Argentina possuem as maiores reservas), níquel (Rússia e Canadá possuem as maiores reservas) e cobalto (Congo é o maior produtor), provavelmente serão escassos à medida que os veículos elétricos se tornarem mais predominante.

Biden está oferendo incentivos para o aumento da extração desses minerais.

O texto pontua que “a intervenção governamental para aumentar a segurança energética não precisa se limitar a subsídios, incentivos fiscais e outros incentivos. A diplomacia também pode ajudar a garantir suprimentos de energia adequados em uma crise”.

Sem a intervenção do governo, o mundo sofrerá um colapso na segurança energética ou os piores efeitos das mudanças climáticas.

·         JASON BORDOFF é cofundador da Columbia Climate School e diretor fundador do Center on Global Energy Policy da Columbia University's School of International and Public Affairs. Durante o governo Obama, atuou como Assistente Especial do Presidente e Diretor Sênior de Energia e Mudanças Climáticas na equipe do Conselho de Segurança Nacional.

·         MEGHAN L. O'SULLIVAN é Jeane Kirkpatrick Professora de Prática de Assuntos Internacionais na Harvard Kennedy School e autora de Windfall: How the New Energy Abundance Upends Global Politics and Strengthens America's Power . Durante o governo George W. Bush, ela atuou como assistente especial do presidente e vice-conselheira de segurança nacional para o Iraque e o Afeganistão.

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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