sábado, 23 de junho de 2012

QUEM JÁ NÃO FOI EXILADO?

pintura de criança não identificada                                                  
obtida na internet            
Você já viajou e quando voltou perdeu o lugar de uma forma inesperada, como se fosse um golpe de Estado destituindo apenas o Rei?

Eu sei que a minha pergunta enseja um leve sorriso sarcástico, mas para mim significa a mais pura verdade, pois eu já vivi isso em carne e osso. E posso dizer uma coisa: dói muito, e na alma.

O engraçado é que o ex-monarca, destituído do seu cargo, vivencia o exílio como uma verdadeira reclusão. Ele perde aquilo que mais o inspirava, a ponto de passar a ter certeza de que aqueles que o golpearam, e antes estavam ao seu lado, nunca foram verdadeiros. E é a falta de verdade e a deslealdade que causam as maiores dores àquele que tinha um papel a exercer e o bem alheio a zelar, dores essas muito maiores que a delicada perda.

A perda do poder pode abalar os fracos, mas os fortes, que superam facilmente este tipo de ausência, sofrem com a falta de, digamos, caráter alheio.

Esse Monarca exilado não pensa em voltar para o reino ou constituir outro reinado. Não. Ele quer distância e chega a pensar em ser um ermitão. Ele passa a pensar como um filósofo. E são dessas dores que posso afirmar que saem as maiores decifrações da alma humana.

E é também desse sofrimento que aparecem traumas a qualquer sistema de governo e a qualquer Monarca, dando surgimento ao que se denomina de anarquia, propiciando que as pessoas vivam sem o regramento do Estado.

Hoje posso afirmar que sou um ermitão anarquista.

Acho que você já deve ter descoberto, pois não me julgo Napoleão Bonaparte nem sou louco, que esse reinado que perdi foi um relacionamento e o Estado a que me refiro no texto são os relacionamentos afetivos.

Após essa explicação, volto a perguntar: quem ainda não sofreu esse tipo de exílio?

Para refletir:

Para viver, sinta, sonhe e ame.
Não deseje apenas coisas materiais.
Deseje o bem e multiplique as boas ações.
Sorria, sim. Mas ame mais.

Ame a si, aos outros, a quem está próximo e distante.
Ame quem errou e quem acertou.
Não diferencie.

O amor não julga. O amor não pune. O amor aceita.
Pense nisso e aceite a vida.

Vamos brincar com as palavras?



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