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A África foi a segunda região do mundo onde a China mais fez investimentos externos entre 2003 e 2009. O principal destino, na região, foi África do Sul, mas Argélia e Sudão também tiveram aportes.
Os investimentos diretos chineses na África aumentaram significativamente nos últimos cinco anos e somaram US$ 9,8 bilhões no período de 2003 a 2009, de acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentado nesta quarta-feira (06). Os dados apontam que eles ocorrem principalmente em seis países africanos, entre eles os árabes Argélia e Sudão.
A metade do investimento na região no período, porém, foi para África do Sul. Depois dela, seguem na lista de foco dos chineses na África – por ordem crescente - a Nigéria, Argélia, Zâmbia, Congo e Sudão. "De forma geral, as empresas chinesas que ingressaram no continente africano investiram em exploração de petróleo, mineração e infraestrutura", diz o estudo.
No total, a China realizou em investimento direto estrangeiro, entre 2003 e 2009, US$ 275 bilhões, a maior parte na própria Ásia, com 76% do total. A América Latina foi o segundo destino, com 12,4%, mas 94% dos recursos foram alocados em paraísos fiscais. A África, terceiro destino, respondeu por 4%, seguida de Europa, com 3,5%.
De acordo com o estudo do Ipea, na América Latina, tirando os paraísos fiscais, o restante do investimento foi feito na Venezuela, Brasil, Argentina, Peru, Guiana, Cuba e México, com US$ 866 milhões.
"Nessa região, o interesse primordial da China tem sido conseguir aceso à extração e produção de recursos naturais e energia (petróleo, cobre e ferro) para suprir sua demanda interna, mas também tem incluído investimentos em montagem de manufaturados, telecomunicações e têxtil", diz o instituto no estudo.
O Ipea aponta que o processo de investimento direto da China no exterior foi fortemente comandado pelo estado. O instituto afirma que, a partir de 2002, o governo chinês criou vários incentivos para promover a internacionalização das suas empresas, incluindo financiamentos e facilidades no processo administrativo. "Respondeu não somente às motivações de ordem exclusivamente microeconômica ou puramente comercial", diz o estudo.
A grande concentração do investimento chinês fora do seu país é nos setores de serviços e primário, e em regiões com abundância de recursos naturais ou com centros financeiros importantes. A China começou seu processo de abertura em 1979, quando os investimentos começaram a se desenvolver, chegando a US$ 830 milhões em 1990. Pularam para US$ 52,1 bilhões em 2008 e caíram para US$ 48 bilhões em 2009 em função da crise mundial.
A empresa chinesa que mais faz investimentos no exterior é a Citic, uma companhia de investimentos, principalmente em serviços. A segunda é o conglomerado Cosco, especializado em transporte marítimo e áreas afins, a terceira é a China State Construction Engineering Corporation, da área de construção civil, e a quarta é a China National Petroleum Corporation, do segmento de petróleo.
Da redação São Paulo