Galiza
Antom Gomes e Elvira Souto, militantes internacionalistas galegos, solidários com o povo palestiniano, fechárom-se na manhá de hoje, junto com dous ativistas espanhóis, na embaixada do Reino de Espanha no país helénico.
Estas pessoas, solidárias ativas com a causa palestiniana, afirmárom que nom abandonarám a embaixada até que a ministra de Exteriores espanhola, Trinidad Jiménez, exija “publicamente” à Grécia que autoriza a partida do Gernika, barco da Flotilha da Liberdade que está organizado por Rumo a Gaza e no qual viajam os dous galegos.
Apenas quatro dias após o bloqueio do Gernika por parte da armada grega, os ativistas que viajam nele, entre os quais os dous vizinhos da Corunha, decidírom organizar este ato para reivindicarem os seus direitos como cidadaos europeus. Aliás, cerca de 30 pessoas estám a apoiar o protesto nas dependências diplomáticas. Antom Gomes, declarou aos meios de comunicaçom que tiveram "um primeiro contato com o embaixador espanhol", Miguel Fuertes Suárez, ao que figérom entrega de umha carta dirigida à ministra espanhola, Trinidad Jiménez, para lhe pedir que libertem os cidadaos europeus que estám no seu direito de partir em direçom à Palestina. Os ativistas matenhem umha “firme vontade” de permanecer na embaixada até que “houver umha resposta por escrito de Trinidad Jiménez na qual se pida a libertaçom do Gernika”.
Espanha cede perante o sionismo
Por seu turno, o governo espanhol do PSOE cedeu perante as pressons de Israel e emitiu ontem um comunicado no qual insta os ativistas da Flotilha a entregarem a ajuda humanitária à Grécia – e, portanto, a desistirem a exercer o seu direito de viajar a Gaza– para que seja este país quem traslade ao povo palestiniano a solidariedade através de uns supostos "canais autorizados”.
“A nossa posiçom é que estamos legitimados, moral e eticamente, para entregar essa ajuda desde qualquer porto europeu e vamos navegar para furar um bloqueio que é ilegal” dixo o luitador galego. “É umha questom simbólica, mas também política e nom aceitamos escussas”, acrescentou.
Absolutamente nengum representante do Governo espanhol tem contatado a expediçom composta por cidados de diferentes nacionalidades da Península Ibérica a pesar de terem estado assediados permanentemente por duas embarcaçons militares gregas no porto cretense de Kolimvary.
“O Gernika está bloqueado proa contra proa por umha fragata grega”, afirma Gomes, “há outra a 20 metros no mesmo cais e outras embarcaçons dispostas a intervir”.
Israel domina a Uniom Europeia à vontade
Na passada sexta-feira o Ministério grego de Proteçom Cidadá emitiu umha ordem que proibia partir aos barcos da Flotilha da Liberdade desde os seus portos. A Grécia mostra assim também na prática, ao igual que o Reino da Espanha, a sua submissom a Israel que depois na retórica negam.
“Israel nom quer que partamos, sabe que será muito difícil parar-nos e que os governos vam ter que tomar umha posiçom para evitar que se produza umha agressom israelita”, assegura Gomes. O ativista galego também assegura que Rumo a Gaza exprimiu à delegaçom da UE na Grécia a sua preocupaçom pola impunidade com a que o sinistro Mossad israelense está a agir em território europeu, em referência às sabotagens sofridas por dous barcos da Flotilha.
Solidariedade na Galiza
Galiza por Palestina, organizaçom de solidariedade com a luita do povo Palestiniano no nosso país, enviou aos meios de comunicaçom a convocatória de umha assembleia na Corunha na próxima sexta-feira, dia 8 de julho, às 20’30 horas, para que participem dela todas as pessoas e organizaçons solidárias com a Palestina, em regime de autoconvocatória, para planificar umha contestaçom perante "a agressom dos amigos do sionismo contra a Solidariedade galega e internacional".
Aliás, Galiza por Palestina solicita confirmar a assistêcia à dita reuniom no correio gxpdireccion@gmail.com e informam de que aginha indicarám o endereço do local de reuniom.
Conferência de imprensa do Gernika
Por último, reproduzimos traduzido para galego-português polo site independentista Galizalivre, o texto lido polo filósofo e escritor espanhol Santiago Alba Rico, participante da iniciativa Rumo a Gaza e solidário com as luitas independentistas peninsulares, na conferência de imprensa prévia à partida do barco Gernika.
A Flotilha da Liberdade é umha carícia
O plano é muito simples: queremos navegar livremente por águas livres para levarmos a seres humanos livres a nossa solidariedade. Queremos defender as leis do mar, as leis humanitárias, os princípios da Naçons Unidas, o direito internacional, os mais elementais valores da justiça humana. Queremos fazer umha carícia ao mundo. Queremos fazer um presente. Queremos fazer saber a um povo mancado que nom está sozinho. Queremos defender o nosso direito a ir a Gaza; o direito dos gazaties a nos receberem; o direito em geral, como regra de entendimento contra a violência, a ocupaçom e a guerra.
A Flotilha da Liberdade é umha carícia e que umha carícia desperte tanta agressividade e tanto nervosismo, que se viva como ameaçadora ou provocativa, diz já muito a propósito do estado do nosso mundo. A Flotilha da Liberdade é aliás a embaixada democrática -digamos- da verdadeira comunidade internacional; a maior parte da populaçom do planeta apoia os valores e os propósitos desta viagem; e que um exercício de democracia real provoque tanta resistência nos governos de EUA e da UE diz muito também a propósito do estado da democracia neste mundo. Se há que escolher entre a justiça e Israel, entre a razom e Israel, entre o direito e Israel, entre a segurança dos nossos cidadaos e Israel, a escolha dos que dizem representar-nos está clara.
Por isso queremos reclamar aos nossos governos europeus que escuitem a voz dos seus povos, que obedeçam o mandado das leis internacionais, que ajam com arranjo aos princípios que dim defender e garantam, por conseqüência, o cumprimento da nossa missom, a integridade física dos seus participantes e a aplicaçom de umha nova política internacional orientada a assegurar os direitos do povo palestiniano e de todos os povos do mundo.