Genebra/Jerusalém (CICV) – O Comitê Internacional da Cruz Vermelha diz hoje que as restrições israelenses, incluindo medidas ostensivamente projetadas para proteger os assentamentos, continuam tendo um impacto grave sobre as vidas de muitos palestinos na Cisjordânia ocupada.
Ao mesmo tempo em que a economia tem dado sinais de crescimento e certas restrições de trânsito de palestinos foram levantadas, viver uma vida normal é quase impossível para muitas pessoas na Cisjordânia.
"O CICV pediu inúmeras vezes que fossem tomadas medidas para permitir que os palestinos vivam com dignidade", disse Béatrice Megevand-Roggo, chefe de operações do CICV para o Oriente Médio e Norte da África. "Reiteramos nosso pedido a Israel que faça mais para proteger os palestinos na Cisjordânia contra a violência dos colonos, que garantam suas terras e safras, que permitam que as famílias consertem suas casas e que assegurem que todos os palestinos tenham acesso aos hospitais e escolas sem demoras".
Por décadas, as restrições relacionadas com os assentamentos, que são ilegais segundo o Direito Internacional Humanitário, fizeram com que os agricultores palestinos perdessem suas terras e sua renda. Apesar das últimas melhoras na situação econômica, estima-se que 50 por cento da população da Cisjordânia viva na pobreza. Os mais afetados são os palestinos que vivem em áreas sob total controle militar e civil israelense (conhecida como Área C) - que representa mais de 50 por cento da terra.
Postos de controle, barricadas e barreiras de terra bem como o traçado da barreira da Cisjordânia são obstáculos diários para muitos palestinos. Alguns deles quase sempre estão impedidos de chegar a um hospital ou visitar seus parentes. A barreira da Cisjordânia, à medida que se desvia da Linha de Armistício de 1949 ou "Linha Verde" para dentro do território ocupado, é contrária ao Direito Internacional Humanitário. Além disso, a IV Convenção de Genebra proíbe o confisco de terra com o propósito de construir ou expandir assentamentos.
O assédio ou a violência perpetrada pelos colonos israelenses ocorre com regularidade, o que impede muitos agricultores de cultivar ou mesmo de pôr os pés em sua própria terra. Cerca de dez mil oliveiras foram derrubadas ou queimadas nos últimos três anos. Além disso, os palestinos enfrentam medidas de restrição de planejamento urbano implementadas pelas autoridades israelenses. Com frequência, eles são impedidos de consertar ou ampliar suas casas, o que significa que os jovens têm poucas opções, senão deixarem suas casas ou viverem apertados com todo o resto da família.
"Israel deve encontrar o equilíbrio entre atender suas necessidades legítimas de segurança e garantir os direitos básicos da população palestina", disse Megevand-Roggo. De acordo com o Direito Internacional Humanitário, como potência ocupante, Israel tem a obrigação de tratar a população civil de maneira humana sempre. O país deve permitir que a economia da Cisjordânia cresça e garantir que os palestinos tenham acesso à água e à assistência médica. Não deve requerer, destruir ou destruir propriedades de civis a menos que absolutamente exigido por necessidade militar.
Mais informações:
Anne Sophie Bonefeld, CICV Jerusalém, tel: +972 52 601 91 50
Nadia Dibsy, CICV Jerusalém, tel: +972 52 601 91 48
Ran Goldstein, CICV Tel Aviv, tel: +972 35 24 52 86 ou +972 52 275 75 17
Dorothea Krimitsas, CICV Genebra, tel: +41 22 730 25 90 ou +41 79 251 93 18