Ministro conhece iniciativas do Lar Sírio
Isaura Daniel isaura.daniel@anba.com.br
Ministro Sweed parabenizou trabalho social do Lar SírioSão Paulo – O ministro dos Emigrantes da Síria, Joseph Sweed, conheceu nesta sexta-feira (8) o trabalho que a colônia árabe do Brasil desenvolve para dar melhores condições de vida a crianças vítimas de problemas sociais no país. Ele visitou o Lar Sírio Pró-Infância, entidade sem fins lucrativos que atende mais de três mil crianças ao ano, com sede em São Paulo e ficou bem impressionado com o trabalho. “Reflete o espírito nobre que está no coração dos sírios”, disse Sweed à ANBA a respeito da iniciativa da colônia.O Lar Sírio Pró-Infância beneficiou, no ano passado, 3.197 pessoas, trabalhando em várias frentes. Uma das principais é o abrigo a crianças em situação de risco. São crianças e adolescentes que têm na família casos de alcoolismo, consumo de drogas e violência – ou pais presidiários e moradores de rua – e que moram no Lar. Estes somam 60 pessoas divididas em quatro casas. Ali, cada grupo de crianças vive com mães sociais. A idéia é que as casas reproduzam, de fato, um lar. Irmãos sempre moram juntos.
Crianças apresentaram dançaTambém são atendidas crianças em vulnerabilidade, ou perigo de risco social. O trabalho, neste caso, é de prevenção. Essas ficam no Lar Sírio durante o dia, onde são encaminhadas para a escola e têm uma série de atividades, e voltam para casa no final da tarde. O trabalho é feito com um grupo até 11 anos e de 11 a 18 anos. Também há a Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Lar Sírio, no qual o Lar Sírio trabalha em parceria com a Prefeitura Municipal de São Paulo, e a oferta de cursos profissionalizantes para os jovens.O ministro Sweed teve a oportunidade de conhecer toda a estrutura, de conversar com os dirigentes da entidade e as crianças. Ele também assistiu uma apresentação de danças, feita por adolescentes do Lar, que vestiam camisetas com as bandeiras do Brasil e da Síria. O líder sírio parabenizou o trabalho. Ele foi recebido pelo presidente da entidade, Jamil Zaki Namour, pelo presidente do Conselho Consultivo, Salim Taufic Schahin, também presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, pela superintendente, Cleide Robertson Paiva, e o diretor João Farah.De acordo com Schahin, a visita de autoridades árabes a este tipo de iniciativa permite que eles vejam o que os imigrantes e seus descendentes fazem pelo Brasil. “A comunidade síria fez muitas obras em São Paulo. Essa toca mais nosso coração porque atende crianças com problemas sociais”, disse Schahin. Ele pediu ao ministro que convide o presidente do seu país, Bashar al-Assad, e sua esposa, para visitarem o Brasil e conhecer a entidade. O pai de Schahin, Taufic Schahin, foi um dos primeiros colaboradores da entidade.
Ministro e acompanhantes degustaram frutasO ministro esteve no Lar Sírio, acompanhado do arcebispo metropolitano ortodoxo, Dom Damaskinos Mansour, e do cônsul-geral da Síria em São Paulo, Ghazi Deeb. Eles foram recebidos com um coquetel de frutas brasileiras para conhecer a diversidade da produção nacional. Na visita, Dom Damaskinos aproveitou para brincar com as crianças, fazendo-as repetirem qual é a capital do mundo: “Homs”, segundo ele. Homs é a cidade síria originária de muitos descendentes sírios que moram no Brasil, entre eles os fundadores do Lar.O Lar Sírio foi fundado há 85 anos e vive de doações. Uma parte dos recursos é própria, do aluguel de prédios. Ele nasceu como um orfanato e foi acompanhando as transformações vividas pelo país, na área da infância, desde 1923. Como a superintendente do Lar faz questão de ressaltar, a entidade trabalha para atender a criança como um todo, e não apenas nas suas necessidades físicas (ou alimentares). “Temos um projeto psicossocial que enxerga a criança como um todo”, diz Cleide, sobre o trabalho, que tem por norte atender as necessidades físicas, emocionais, intelectuais, sociais e espirituais da criança.