Vou abrir um parênteses antes de transcrever o texto publicado na Agência Carta Maior, de autoria do jornalista Argemiro Ferreira.
Está mais que comprovado que o Iraque não tinha armas de destruição de massa quando os Estados Unidos optaram por invadir aquele país pela segunda vez. Também está provado por denúncias de agentes secretos que o governo Bush tinha informações de que o Iraque estava quebrado, não tinha armamentos poderosos e pouco menos armas de destruição em massa. Os agentes da inteligência também disseram que não havia qualquer prova do vínculo da Alqaeda com Saddam Hussein. Mesmo assim, Bush e seus seguidores determinaram a invasão do Iraque, o que culminou na morte de milhares de inocentes, dentre eles muitas crianças, jovens idosos e mulheres. Foi uma guerra injusta e sangrenta
Foi uma guerra não aprovada pela ONU. Foi uma guerra que trouxe danos irreparáveis. Foi uma guerra que atentou a valores humanitários. E mesmo assim os Estados Unidos não repararam os familiares dos iraquianos falecidos e tampouco aquele país.
Foi uma guerra não aprovada pela ONU. Foi uma guerra que trouxe danos irreparáveis. Foi uma guerra que atentou a valores humanitários. E mesmo assim os Estados Unidos não repararam os familiares dos iraquianos falecidos e tampouco aquele país.
Uma invasão cruel e bárbara como a ocorrida no Iraque há poucos anos não pode passar em branco. É necessário que haja mais que uma condenação moral, mas uma condenação emitida por tribunais internacionais determinando a indenização dos danos causados no Iraque, seja em relação aos seus sítios arqueológicos, aos museus, às contruções e instalações, ao povo iraquiano como um todo e aos que foram assassinados e sofreram sevícias sexuais e tortura.
Se o presidente Obama é muito diferente de Bush, não é por isso que os Estados Unidos podem ter carta branca para passar incólumes, quando praticaram barbaridades que nem aquelas que vimos. As imagens de crianças mortas e de destroços da capital Bagdá ainda ecoam em nossas mentes, ou não?
Que façamos uma moção de que os Estados Unidos sejam responsabilizados pelos danos materiais e morais causados ao Iraque, ao povo iraquiano, à cultura, à história, aos torturados, aos violentados sexualmente e aos assassinados.
Bem, feito o desabafo, vamos à matéria.
O BLOGUEIRO.
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Extraído da página da AGÊNCIA CARTA MAIOR
Os republicanos parecem temer que só um ataque terrorista devastador nos EUA (ou instalações americanas de outro país) será capaz de reabilitar seu partido, quase reduzido à condição de zumbi - comparável aos bancos-zumbis, outra herança das políticas desastrosas de Bush. Na ausência do ex-presidente Bush, recolhido ao silêncio, o ex-vice Cheney assumiu a ofensiva contra o governo Obama. A análise é de Argemiro Ferreira.
Os republicanos parecem temer que só um ataque terrorista devastador nos EUA (ou instalações americanas de outro país) será capaz de reabilitar seu partido, quase reduzido à condição de zumbi - comparável aos bancos-zumbis, outra herança das políticas desastrosas de Bush. Na ausência do ex-presidente Bush, recolhido ao silêncio, o ex-vice Cheney assumiu a ofensiva contra o governo Obama. A análise é de Argemiro Ferreira.
Argemiro Ferreira (clique aqui e vá ao blog do Argemiro, onde foi publicada a matéria originalmente)
Discursos no mesmo dia do presidente Obama e do ex-vice Dick Cheney deixaram bem claro, de novo, que o Partido Republicano, despedaçado pela vitória democrata de 2008, aposta agora despudoradamente no medo. Os republicanos parecem temer que só um ataque terrorista devastador nos EUA (ou instalações americanas de outro país) será capaz de reabilitar seu partido, quase reduzido à condição de zumbi - comparável aos bancos-zumbis, outra herança das políticas desastrosas de Bush.Na ausência do ex-presidente Bush, recolhido ao silêncio, o ex-vice Cheney assumiu a ofensiva com sucessivos pronunciamentos e num esforço para socorrer tanto o mais destemperado dos que se julgam "cabeça titular" informal do partido à deriva - caso de Rush Limbaugh, rei dos talk shows de rádio - como os que têm responsabilidade institucional, como Michael Steele, presidente do Comitê Nacional Republicano (RNC) e os líderes do partido na Câmara e no Senado.O fato de ter o presidente mantido o secretário da Defesa de Bush, Robert Gates, é na certa a razão de estar a oposição discreta ante o novo espasmo de violência no Iraque, que em dois dias matou 66 pessoas, entre elas três soldados americanos e mais de 20 iraqueanos. Ataques repetem-se desde abril, agravando a tensão sectária a semanas da saída das tropas americanas de Bagdá e outras cidades, onde a responsabilidade passará às próprias forças de segurança do IraqueFalso renascimento e receita duvidosaNa terça-feira Michael Steele tinha feito um discurso otimista, de cheerleader - o que talvez esteja sendo seu papel atual. Proclamou que os republicanos estão de volta, com toda a força, pois as coisas mudaram, a lua de mel de Obama acabou e está começando novo capítulo para os republicanos - o do “renascimento”. Mas a cada pesquisa o resulta mostra exatamente o contrário: o apoio ao partido continua a declinar.Sexta-feira uma pesquisa do Pew Research Center mostrou que de 2002, quando a popularidade de Bush (favorecida pela histeria patrioteira pos-11/9), empurrou os republicanos para virtual empate (43% a 43%) com os democratas na preferência partidária, a 2009 (com o início apoteótico do governo Obama) o quadro se transformou. Agora as pessoas que se identificam como democratas são 53% do eleitorado e como republicanos, 36%. Diferença de 17 pontos percentuais, a maior em duas décadas.Cheney acha que pode mudar o desequilíbrio se insistir em apregoar que só os republicanos garantem segurança. "Em sete anos e meio o país foi protegido. Não houve ataque terrorista", pontifica a cada nova entrevista ou discurso, inclusive o de ontem no AEI (American Enterprise Institute). Ali defendeu, no mesmo contexto, até o uso da tortura (sob o eufemismo enhanced interrogation) para arrancar informações de presos. O discurso de Cheney traz ainda, implícita, a insinuação de que o atual governo é fraco, por rejeitar a tortura - e deixa o país vulnerável ao terrorismo."Sr. Cheney, seu governo não deu segurança"O democrata Paul Begala, ex-assessor na Casa Branca de Clinton e atuante há anos nas arenas dos talk shows da TV, deu num artigo, a 13 de maio, a resposta demolidora que o Partido Democrata nunca ousou. "Sr. Cheney, o senhor não manteve o país seguro", disse ele. "Se 3.000 americanos foram mortos no seu governo, em ataque que devia ter sido evitado, talvez o senhor devesse hesitar em fazer acusação a qualquer pessoa de estar colocando a América em risco".Também foi explícito sobre tortura: “Se o senhor defendeu a tortura e se a tortura produziu informações erradas, usadas ainda para enganar a população e lançar a América numa guerra equivocada (no Iraque), injusta e não justificada, o senhor devia ter alguma vergonha, ao invés de defender o uso da tortura". Ao se dirigir sexta-feira ao país, Obama ficou longe disso Mas fez seu discurso mais eloquente contra os desatinos de oito anos da dupla Bush-Cheney.Sob pressão dos republicanos e até de democratas, por ordenar o fechamento da prisão de Guantánamo, fez defesa vigorosa dessa decisão do governo. "Não vamos libertar ninguém que coloque em perigo nossa segurança nacional", disse. "Se tomamos a decisão foi tendo em mente o seguinte fato. Ninguém jamais fugiu de nossas prisões federais de segurança máxima, onde estão atuamente centenas de terroristas condenados"A lambança e os valores fundamentaisEnquanto expunha os planos para os 240 detidos ainda em Guantánamo, o presidente acusou o governo anterior de ter embarcado em "experimento mal orientado" que acabou resultando numa "lambança". Agora, garantiu, haverá um padrão de legitimidade jurídica para justificar a detenção de suspeitos perigosos de terrorismo, que antes não seriam julgados e nem libertados - proposta que causava inquietação entre defensores dos direitos humanos.Obama falou num cenário diferente da capital - nos Arquivos Nacionais, onde são mantidas documentos fundamentais - a Declaração da Independência, a Constituição e a Carta de Direitos. Era evidente o simbolismo, conforme assinalou o New York Times. Como comandante em chefe, o presidente tem de preservar os valores americanos legados pelos pais fundadores (o repúdio à tortura entre eles) e ao mesmo tempo proteger a segurança nacional.Ao insinuar que os democratas fraquejam, Cheney diz que o combate ao terror tem de ser implacável, sem contemplação ou meias medidas. Para ele, está certo abrir mão de certos valores sob o pretexto da segurança. Mas Obama tem outro enfoque para o quadro: "Acredito com cada fibra de meu ser que a longo prazo não podemos manter este país seguro a menos que usemos também a força de nossos valores mais fundamentais”.