Os defensores intransigentes do capitalismo e do comunismo poderão não gostar de enxergar o óbvio, mas o comércio e os comerciantes não datam de séculos atrás, mas de milênios.
Comércio e comerciante não podem se confundir com capitalismo ou comunismo.
Cidades-Estado e Impérios comercializavam com outras Nações há milhares de anos.
A China e a Índia e também os árabes ficaram famosos pelo comércio de seda, vasos e incensos durante a idade média.
O Sultanato de Omã e Reinos no Paquistão também faziam trocas comerciais e culturais há milênios, muito antes do islamismo, como revelam achados recentissimos de um instrumento musical em Omã, típico de uma região do Paquistão.
O comércio e as trocas de produtos são da natureza humana e envolvem curiosidade e fascinação pelo diferente.
A produção em escala da revolução industrial modificou muita coisa e comunismo e capitalismo começaram a ditar regras sobre a produção de bens, não propriamente do comércio.
Os Estados Unidos ganharam muito com a globalização comercial e expandiram o alcance do seu cinema, das suas músicas e do seu modo de vida. Com o tempo, deixaram de ter tantas indústrias por questão de escala e redução de gastos, passando para a China continental a produção.
Os Estados Unidos se desindustrializaram, mas não totalmente. Há ainda muitas indústrias de peso nos Estados Unidos e pouco desemprego a justificar as ações de Trump na questão tarifária.
As medidas de Trump relativas as tarifas de importação são, certamente, não para melhorar a economia dos Estados Unidos, mas para tentar provocar uma recessão na China, ainda que o mundo todo pague esse alto preço, inclusive parcela significativa da população estadunidense, vítima de consequentes recessão e inflação.
Trump, ao tentar reverter o comércio entre as Nações, fere a alma humana e a economia mundial. O protecionismo existente em períodos históricos distintos tende a se firmar, talvez sem êxito, nessa escala de amplo contato mundial da humanidade. Os Estados Unidos possivelmente serão as maiores vítimas das ações desesperadas de Trump, com o fim de sua hegemonia baseada na interferência ativa e discreta nas mentes de povos e em governos de outras nações. A tendência é o isolamento dos Estados Unidos, o agravamento de questões sociais e a radicalização política e religiosa nesse país.
Guerra civil e interferência das forças de inteligência e segurança, incluindo militar, nos Estados Unidos não soam como absurdos à realidade que se avizinha.